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PSL retomará suspensão de deputados e pode tirar Eduardo do diretório de SP, diz Major Olimpio

22 out 2019 - 11h13
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O PSL vai retomar a suspensão de parlamentares do grupo alinhado com o presidente Jair Bolsonaro e deve propor a saída de Eduardo Bolsonaro da presidência do diretório estadual de São Paulo, disse nesta terça-feira o líder do partido no Senado, Major Olimpio, ao chegar para reunião da Executiva do partido.

Senador Major Olimpio, líder do PSL no Senado, em entrevista à Reuters
09/10/2019
REUTERS/Adriano Machado
Senador Major Olimpio, líder do PSL no Senado, em entrevista à Reuters 09/10/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Na primeira etapa é suspensão. A expulsão é etapa seguinte", disse o senador, acrescentando que os deputados podem até mesmo perder o mandato e serem substituídos por suplentes.

"O problema é o seguinte: muita gente acha que porque tem mandato parlamentar tem salvo-conduto. Pensa que é igual ministro do STF, que pensa que não são fiscalizáveis. Alguns feriram cláusulas partidárias de forma séria, atacando a instituição partidária, alguns integrantes. Isso pode demandar representações", afirmou.

Na sexta-feira, a Executiva do PSL decidira pela suspensão de cinco parlamentares do grupo bolsonarista --Carla Zambelly (SP), Carlos Jordy (RJ), Alê Silva (MG), Filipe Barros (PR) e Bibo Nunes (RS)-- e abrir uma representação no Conselho de Ética contra Daniel Silveira (RJ), que gravou uma reunião interna do partido, em meio a uma guerra interna para determinar o líder da legenda na Câmara. A disputa se concentrou nos nomes de Eduardo Bolsonaro e do então líder da sigla, Delegado Waldir (GO).

Em uma demonstração de boa vontade depois de uma conversa entre o presidente do PSL, Luciano Bivar, com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, na segunda-feira, em que ambos combinaram tentar encontrar um terceiro nome para a liderança do partido na Câmara, Bivar decidiu revogar a suspensão.

No entanto, depois de o grupo bolsonarista apresentar uma nova lista indicando Eduardo para a liderança no lugar de Waldir, inclusive com a assinatura dos cinco deputados que seriam suspensos, a guerra foi novamente aberta no partido.

O PSL deve inclusive aumentar o número de parlamentares suspensos, o que pode incluir o próprio Eduardo --que, ao assumir a liderança na segunda-feira, apesar de falar em diálogo, destituiu todos os vice-líderes do partido ligados a Bivar.

Em outra face da retaliação ao grupo bolsonarista, a Executiva deve propor a retirada de Eduardo da presidência do PSL em São Paulo.

"O mandato dele como presidente estadual termina em 31 de dezembro. Eu vou defender que se resolva essa questão já. Porque o que eles não destruíram até agora vão destruir. O partido teve já mais de uma centena de executivas municipais que foram arrancadas no rancor, no ódio, sem fazer uma avaliação mínima. O partido está uma verdadeira terra arrasada", afirmou Olimpio.

Eduardo assumiu o diretório de São Paulo no início de junho, no lugar de Olimpio. O senador diz não querer o cargo de volta, mas que é preciso mudar o diretório já.

"Do jeito que está é terra arrasada, está nas mãos de gente que não quer construir o partido. Eu vou defender sim que tenha uma solução, seja com intervenção da nacional lá, seja com substituição direta. Já esgarçou a possibilidade de se administrar o partido com o Eduardo e as pessoas que ele colocou lá", disse.

Olimpio, como outros membros do partido que abriram guerra com o clã Bolsonaro, afirmam que Eduardo não tem liderança e criticam duramente a intervenção do presidente na disputado pelo cargo de líder do partido na Câmara.

"Foi uma questão que acabou ampliando justamente por falta de estratégia política do próprio Palácio do Planalto. Entraram numa disputa interna do partido e envolveram até o próprio presidente. Foi péssimo, foi horrível e o pior da história, gerou uma derrota não para o Eduardo, mas para o próprio planalto, para o próprio presidente", avaliou o senador, que, ainda assim, diz defender que Bolsonaro continue no PSL e diz que ele é o "ícone maior" do partido.

O ex-líder Waldir também criticou a postura do presidente. "É muito amargo, quando você agride o Parlamento, você é o Executivo e agride o Parlamento para assumir uma liderança. Acho que isso não é uma vitória", disse ex-líder da bancada, Delegado Waldir, a jornalistas.

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