Vereadora de Porto Alegre vira ré por injúria racial e prática discriminatória
Segundo a denúncia do MP, a vereadora proferiu ofensas racistas e demonstrou intolerância religiosa em relação a um servidor público negro da Câmara de Vereadores, além de ter feito comentários discriminatórios sobre três estagiárias com deficiência
A vereadora Maria de Lourdes dos Santos Sprenger, do MDB, agora enfrenta acusações sérias de injúria racial e prática discriminatória, após a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público (MP) contra ela em 15 de abril. Essa decisão marca um capítulo significativo na trajetória política de Sprenger, conhecida por sua defesa da causa animal e atualmente no exercício do terceiro mandato como vereadora em Porto Alegre.
Segundo a denúncia do MP, a vereadora proferiu ofensas racistas e demonstrou intolerância religiosa em relação a um servidor público negro da Câmara de Vereadores, além de ter feito comentários discriminatórios sobre três estagiárias com deficiência.
A vereadora nega veementemente as acusações, descrevendo-as como baseadas em rumores e sem qualquer prova substancial. Em resposta a uma entrevista por telefone ao G1 RS, Sprenger rejeitou as acusações, afirmando que as pessoas que a denunciaram estavam descontentes por terem sido exoneradas de seus cargos, em virtude de sua política administrativa.
De acordo com informações levantadas durante a investigação policial, o conflito teve origem em desentendimentos sobre a capacidade das estagiárias lotadas na Escola do Legislativo. A vereadora teria considerado essas funcionárias inadequadas para suas funções, enquanto o servidor público, responsável pela chefia delas, desejava mantê-las em seus cargos.
O Ministério Público sustenta que, durante reuniões com assessores, a vereadora teria fomentado e promovido a discriminação, chamando as estagiárias de "debilóides" e questionando sua capacidade de desempenhar suas funções. Além disso, Sprenger teria proferido comentários ofensivos em relação ao servidor público, referindo-se a ele como "aquele professor preto, sujo e burro" e fazendo menções desrespeitosas à sua religião de matriz africana.
Os relatórios policiais indicam que tais situações ocorreram repetidamente ao longo de 2023. Diante dessas acusações, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre declarou que aguardará o desfecho do processo judicial para avaliar a situação e tomar as medidas cabíveis, se necessário.
Agora, Maria de Lourdes dos Santos Sprenger aguarda o desenrolar do processo legal, enquanto reafirma sua inocência e se prepara para sua defesa, tendo o respaldo de seu advogado nesse caso.