Veja a lista de autoridades brasileiras que já tiveram o visto americano cancelado
Governo americano tem punido ministros do Supremo e outras figuras públicas favoráveis à condenação de Jair Bolsonaro
O governo dos EUA cancelou os vistos de 15 autoridades brasileiras e familiares, incluindo ministros do STF e aliados de Lula, como represália às condenações de Bolsonaro, além de impor sanções adicionais como tarifas sobre exportações e bloqueios financeiros.
A campanha do governo de Donald Trump contra a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro tem afetado o Brasil de forma direta e indireta. Desde o dia 6 de agosto, todas as exportações brasileiras para os EUA sofrem uma tarifa adicional de 50%, ainda que 694 produtos tenham ficado isentos. Além disso, ao menos 15 autoridades brasileiras e seus familiares tiveram seus vistos de viagem ao país revogados.
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Nesta segunda-feira, 22, o visto de entrada nos EUA do advogado-geral da União, Jorge Messias, foi cancelado pelo Departamento de Estado americano. Segundo a agência de notícias Reuters, o governo dos EUA também revogou o visto de outras cinco autoridades do Judiciário brasileiro e do Ministério Público. Veja:
- Airton Vieira, juiz auxiliar de Alexandre de Moraes no STF;
- Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE;
- José Levi, ex-AGU e ex-secretário-geral de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
- Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral;
- Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes.
A AGU confirmou a perda da licença de viagem e afirmou que as punições dos EUA contra o Brasil são um "conjunto de ações unilaterais, totalmente incompatíveis com a pacífica e harmoniosa condução das relações diplomáticas e econômicas edificadas ao longo de 200 anos entre os dois países".
Outras figuras públicas também foram alvo da medida, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e aliados diretos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
STF
Juízes da Suprema Corte que se posicionaram a favor da condenação de Bolsonaro, tendo votado nela ou não, também foram sancionados com a impossibilidade de visitar os EUA.
Segundo o chefe do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o próprio presidente Trump, foram alvos da medida aqueles juízes que “censuram a liberdade de expressão protegida nos Estados Unidos". Veja a lista:
- Alexandre de Moraes
- Luís Roberto Barroso
- Dias Toffoli
- Cristiano Zanin
- Flávio Dino
- Cármen Lúcia
- Edson Fachin
- Gilmar Mendes
Além deles, as medidas se estendem para familiares. Somente os ministros Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques foram poupados da pressão.
Eleito alvo preferencial das punições por ser relator das matérias nas quais Bolsonaro é acusado, Moraes recebeu uma restrição extra: ele foi sancionado pela Lei Magnitsky, que bloqueia todos os bens e contas do ministro nos EUA e o impede de entrar no país e de realizar qualquer tipo de transação com pessoas ou empresas americanas.
Nesta segunda-feira, a esposa de Moraes, Viviane Barci, também se tornou alvo da lei, destinada a punir infratores dos direitos humanos ou pessoas envolvidas com terrorismo e corrupção.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também teve o visto cancelado. O PGR pediu a condenação de Bolsonaro e de outros sete aliados no caso que investiga a tentativa de golpe de Estado.
Ministério de Lula
Aliados próximos do presidente da República também foram penalizados por Trump. Em agosto, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi alvo das restrições ao visto, assim como sua esposa e filhas. O petista, porém, estava com o documento vencido, o que fez com que não fosse afetado diretamente.
Além dele, o Departamento de Estado revogou o visto de dois funcionários da pasta envolvidos com o programa Mais Médicos:
- Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde
- Alberto Kleiman, ex-assessor do ministério e atual coordenador da COP30.
A medida foi tomada após a embaixada dos EUA em Brasília classificar o programa como “um golpe diplomático que explorou médicos cubanos, enriqueceu o regime cubano corrupto e foi acobertado por autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas [Organização Pan-Americana da Saúde]”.
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