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Política

TV é pior inimiga e maior aliada dos políticos encrencados

Veículo pode sepultar biografias e, ao mesmo tempo, catapultar projetos de poder

29 jun 2017 - 09h49
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Sem o povo nas ruas a protestar, o maior medo dos políticos acusados de crimes como corrupção e enriquecimento ilícito é mesmo a televisão. Especialmente os telejornais.

Notícias negativas são temidas tanto por caciques dos grandes partidos como pelos membros do chamado ‘baixo clero’ (parlamentares com pouca ou nenhuma influência na alta cúpula de Brasília).

Lula e Michel Temer: o noticiário os maltrata, mas a TV é indispensável para sua reabilitação política.
Lula e Michel Temer: o noticiário os maltrata, mas a TV é indispensável para sua reabilitação política.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

A citação desfavorável em jornalísticos de audiência expressiva, como o ‘Jornal Nacional’, dificulta a vida do político encrencado junto ao seu eleitorado e, consequentemente, seus planos de mais emendas e/ou novo mandato.

O presidente Michel Temer, por exemplo, tem evitado pronunciamentos aos quais tem direito em cadeia de rádio e TV por temer o vexame dos panelaços.

Passou a divulgar vídeos para rebater acusações criminais nas redes sociais, cuja repercussão, ainda que igualmente tóxica, é menos notada.

Já o ex-presidente Lula, quase diariamente citado de maneira adversa nos telejornais, faz questão de aparecer no espaço televisivo do PT, provavelmente pela consciência do alcance imensurável que a TV possui no Brasil.

Se alguns fogem das câmeras, vários homens e mulheres públicos são capazes de ‘vender a alma ao diabo’ para conseguir visibilidade nos programas partidários e no horário eleitoral obrigatório.

Eles sabem que alguns poucos segundos na telinha – se bem usados para convencer o telespectador-alvo – renderão mais votos e apoio (inclusive financeiro) do que qualquer outra ferramenta de propaganda eleitoral: santinhos, carreatas, comícios, campanha digital etc.

É por isso que certos partidos ‘vendem’ seus minutos no vídeo a outras legendas e coligações, por muitos milhões de reais, conforme denúncias recentes exibidas no noticiário. Tempo na televisão é uma moeda valiosíssima no mundo político.

Em tempo de overdose de escândalos e letargia da população, o telejornalismo se torna cada vez mais influente. Tanto é que a audiência dessas atrações está em alta no Ibope.

Em 2018, ano eleitoral, os políticos farão o impossível para emplacar boas notícias e evitar manchetes depreciativas.

A TV, às vezes ofuscada pela internet mas ainda muito poderosa, terá papel decisivo no futuro da atual classe política e de um País desnorteado.

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