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Política

Temer pede suspensão de inquérito no STF e questiona legitimidade de gravação

20 mai 2017 - 16h43
(atualizado às 17h29)
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O presidente Michel Temer afirmou neste sábado, em pronunciamento no Palácio do Planalto, que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do inquérito aberto por autorização do ministro Edson Fachin para investigá-lo por corrupção e obstrução da justiça.

Temer também questionou a legitimidade da gravação de uma conversa entre ele e um dos donos do grupo JBS, Joesley Batista, feita pelo empresário, que se tornou delator na operação Lava Jato. A Procuradoria-Geral da República (PGR) interpretou que, no áudio, o presidente concordou com a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha, que está preso por corrupção.

Uma perícia contratada pelo jornal "Folha de S.Paulo" afirmou hoje que a gravação realizada por Joesley foi editada antes de ser entregada à PGR, o que foi citado pelo presidente como exemplo de falta de legitimidade.

"Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos. Incluída no inquérito sem a devida e adequada comprovação, levou pessoas a engano", declarou Temer em seu segundo pronunciamento desde o início do escândalo da gravação, na quarta-feira.

Temer reiterou que não cometeu nenhum crime, que "nunca comprou o silêncio de ninguém" e não obstruiu a Justiça, como havia apontado o Procurador-Geral, Rodrigo Janot, no pedido de investigação que foi autorizado pelo Supremo.

"Estamos entrando com petição no Supremo Tribunal Federal para suspender o inquérito proposto até que seja verificada em definitivo a autentiticidade da gravação", disse.

Temer também voltou baterias contra Joesley Batista ao acusá-lo de ter cometido o "crime perfeito" para lucrar e escapar das garras da Justiça.

O presidente, no poder de maneira efetiva desde 31 de agosto do ano passado, disse que Joesley especulou com o real graças a essa gravação, já que, segundo rumores do mercado, comprou uma grande quantidade de dólares na véspera do escândalo, ciente da forte desvalorização que a moeda brasileira sofreria.

Joesley "está livre e solto, andando pelas ruas de Nova York, e o Brasil, que já tinha saído da mais grave crise econômica de sua história, vive agora dias de incerteza", criticou.

Desde que a gravação veio à tona, Temer sempre alegou inocência e resiste no cargo em meio à pressão da oposição e de de alguns setores de sua base aliada para que renuncie.

Temer argumentou que o fato de ter ouvido os atos ilícitos relatados por Joesley Batista na conversa que tiveram em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu, não representa um "crime", e alegou que seu único objetivo na noite do encontro era se "livrar do interlocutor indicando outra pessoa (para) ouvir suas lamúrias".

"O Brasil não sairá dos trilhos. Eu continuarei à frente do governo", finalizou Temer.

EFE   
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