Tarcísio de Freitas critica PEC da Blindagem: 'população percebe que está indo por um caminho de privilegiar'
Governador de São Paulo afirmou que a proposta se distanciou da vontade popular
Tarcísio de Freitas criticou a PEC da Blindagem, arquivada no Senado, afirmando que o texto se desviou do objetivo inicial e foi percebido pela população como uma medida de privilégio e impunidade, gerando protestos.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se pronunciou pela primeira vez sobre a PEC da Blindagem. A proposta, aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada, recebeu duras críticas e provocou protestos em diversas cidades do país no último domingo, 21. Nesta quarta-feira, 24, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou o texto por unanimidade, e o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), determinou o arquivamento da medida.
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Em evento de entrega de moradias populares em Embu das Artes, na Grande São Paulo, Tarcísio avaliou que a repercussão nacional foi consequência direta da percepção da sociedade de que o texto favoreceria parlamentares em casos de impunidade.
"Elas [as manifestações] representam o sintoma de desconexão do que está sendo feito com a vontade das pessoas. E quando você se desconecta, tem protesto. E foi o que aconteceu", declarou o governador.
Segundo Tarcísio, a proposta foi distorcida em relação à sua ideia inicial. "Algo que nasceu para ser um remédio para proteger o Parlamento e aquilo que a Constituição trouxe, que é a imunidade formal, material do parlamentar ou a garantia que o parlamentar tem de exercer seu mandato livremente, com independência, se transformou em outra coisa. Quando se tem a distorção e a população percebe que está indo por um caminho de privilegiar, de impunidade, a população se revolta. Você não pode se desconectar daquilo que as pessoas pensam. Quando houve essa desconexão, houve protesto", completou.
A PEC previa ampliar a proteção de deputados e senadores contra decisões judiciais. A proposta era de retomar a exigência de que o Congresso precise aprovar processos criminais no Supremo Tribunal Federal contra parlamentares.
