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Política

STF envia recados aos EUA durante julgamento histórico sobre tentativa de golpe

Durante o julgamento da tentativa de golpe de Estado, ministros do Supremo reagiram às sanções e críticas vindas de Washington

16 set 2025 - 04h59
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Julgamento de Bolsonaro no STF
Julgamento de Bolsonaro no STF
Foto: Antonio Augusto/STF

Durante o julgamento que condenou Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) deixaram mensagens claras sobre as ações dos Estados Unidos que buscavam interferir no andamento do processo que se encerrou na última quinta-feira, 11.

Entre as medidas, destacam-se as sanções impostas pelo governo Trump, que incluíram 50% de taxação sobre produtos brasileiros, motivadas pelo que o presidente norte-americano considerou um "julgamento injusto".

Alexandre de Moraes, alvo de sanções do governo americano com base na Lei Magnitsky -- destinada a punir cidadãos estrangeiros enquadrados como violadores de direitos humanos -- teve seu visto cassado, assim como os demais ministros da Primeira Turma do STF, exceto Luiz Fux.

Flávio Dino

"Eu me espanto com alguém imaginar que alguém chega ao Supremo e vai se intimidar com tweet", disse Dino. "Será que as pessoas acreditam que um tweet de uma autoridade, de um governo estrangeiro, mudar um julgamento de Supremo? Será que alguém imagina que um cartão de crédito ou Mickey, vão mudar um julgamento de Supremo?"

Durante a conversa, ao citar o Mickey, Moraes acrescentou: "...o Pateta”, ao que Dino respondeu: "É, o pateta aparece com mais frequência nesses eventos todos".

Dino também comentou a recente anistia concedida nos Estados Unidos aos envolvidos na invasão do Capitólio, ressaltando que a medida não trouxe estabilidade política ao país. Ele relacionou o perdão ao assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk, morto a tiros em 10 de setembro no campus da Universidade Utah Valley, destacando que a paz verdadeira depende do funcionamento das instituições.

"Ontem, infelizmente, houve um grave crime político. Um jovem levou um tiro. E é curioso notar porque há uma ideia segundo a qual anistia, perdão, é igual a paz. Foi feito um perdão, nos Estados Unidos, e não há paz", declarou. "Não é a existência do esquecimento que define a paz. Às vezes, a paz se obtém pelo funcionamento adequado das instâncias repressivas do Estado", acrescentou.

Alexandre de Moraes

Moraes faz aparte em voto de Cármen Lúcia e reforça: ‘Não foi um passeio na Disney’:

Alexandre de Moraes, ao mostrar imagens das manifestações que pediram golpe no dia 7 de setembro, destacou a tentativa de coagir o STF e envolver um Estado estrangeiro. Ele exibiu uma foto em que uma manifestante segurava um cartaz em inglês: "The brazilian people ask President Bolsonaro to use the forces and dismiss the ministers of the STF". "Até em inglês. Já estavam preparando o passeio à Disney", ironizou Moraes.

Em outro momento, ele afirmou que os condenados agiram com a finalidade de tentar coagir o Poder Judiciário.

"Lamentavelmente, no curso da ação penal se constatou a existência de condutas dolosas e conscientes de uma verdadeira organização criminosa, que, de forma jamais vista anteriormente em nosso país, passou a agir de maneira covarde e traiçoeira, com a finalidade de tentar coagir o Poder Judiciário, em especial esse Supremo Tribunal Federal e submeter o funcionamento da Corte ao crivo de outro Estado estrangeiro", disse o ministro.

Luiz Fux

Por fim, Luiz Fux foi na contramão e afirmou que os ministros não deveriam usar o voto como modo de enviar mensagem a outros países.

"Não se pode fundamentar uma decisão judicial com base em soberania nacional".

Fonte: Portal Terra
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