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Política

PT denuncia "perseguição" a Lula e exige renúncia de Temer

3 jun 2017 - 19h08
(atualizado às 20h09)
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Foto: Ricardo Stuckert

O PT ratificou neste sábado seu respaldo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, indiciado em cinco causas penais, e exigiu a renúncia do presidente Michel Temer, também investigado por casos de corrupção.

No encerramento de seu 6° Congresso Nacional, o PT também renovou seus quadros e elegeu como nova presidente a senadora Gleisi Hoffmann, investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava-Jato.

Na mesma situação estão outros dirigentes históricos do PT, como o marido de Gleisi, Paulo Bernardo Silva, e o próprio Lula, que viu hoje sua situação jurídica agravada pelo Ministério Público, que pediu que seja condenado à prisão por "corrupção passiva qualificada" em um das cinco causas penais abertas contra eles.

Também é investigado o senador Lindbergh Farias, que disputou a presidência do PT com Hoffmann, eleita com 60% dos votos dos 593 delegados.

Em relação a Lula, o PT exigiu em um dos seus documentos o fim da "perseguição judicial" contra seu fundador, sobre a qual, e na mesma linha que o ex-governante, assegurou que obedece a "planos da direita" para impedir que volte a ser candidato presidencial nas eleições previstas para outubro de 2018.

O próprio ex-presidente insistiu em sua inocência em um breve discurso durante o encerramento do congresso do PT.

"Em qualquer lugar do mundo, a Justiça precisa ter provas para poder julgar ou condenar alguém. Mas no Brasil de hoje, é você que tem que demonstrar que é inocente", declarou Lula.

Mesmo diante desse cenário, Hoffmann disse logo após ser eleita como a primeira mulher presidente do PT que o partido não planeja fazer uma autocrítica, como exigem até algumas das suas facções internas.

"Não somos organização religiosa, não fazemos profissão de culpa, tampouco nos açoitamos. Não vamos ficar enumerando os erros que achamos para que a burguesia e a direita explorem nossa imagem", destacou a senadora.

Temer, que é alvo de uma investigação no STF pelos supostos delitos de corrupção passiva, obstrução à justiça e participação em organização criminosa, foi o alvo preferido em todos os discursos durante o congresso do PT, que exigiu sua renúncia ou destituição.

Nos documentos aprovados no evento foi estabelecido que, em caso da queda do governante, o PT pressionará por eleições diretas e não aceitará que seja o Congresso, como estabelece a Constituição, que escolha seu sucessor.

Nesse sentido, o PT já apresentou um projeto de emenda constitucional para permitir essa eleição direta em caso de ausência do governante nos três últimos anos do mandato, como é o caso.

No entanto, o PT e a oposição são minoria no Congresso, em que há uma muito clara maioria a favor da eleição indireta, e que também rejeita a possibilidade de modificar a Constituição.

Nos documentos aprovados hoje, o PT aceitou implicitamente que a emenda que propõe não será aprovada e proibiu de forma expressa que os seus deputados e senadores participem de uma eventual eleição indireta.

Diferente de Lula, classificado como "perseguido político", o PT considera que contra Temer existem "provas cabais" que o implicam em atos de corrupção.

Em coincidência com o encerramento do Congresso Nacional do PT, a polícia prendeu hoje o deputado Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer diretamente vinculado ao caso pelo qual o presidente é investigado.

Segundo o líder do PT na Câmara de Deputados, Carlos Zarattini, essa detenção mostra que "o governo acabou " e que a crise que cerca Temer "já é insustentável", razão pela qual o partido deve iniciar "o mais rápido possível" uma "forte campanha" para levar o país a eleições diretas.

EFE   
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