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Política

'Não existe candidato a ministro', diz Rui Costa, cotado para cargo no governo Lula

Governador da Bahia, que encerra em dezembro seu segundo mandato, já foi citado como opção para Casa Civil, Planejamento e até Economia

3 nov 2022 - 21h29
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SALVADOR - Cotado para assumir um ministério no novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse nesta quinta-feira, 3, que, apesar das especulações, "não existe candidato a secretário ou a ministro". "Eu, como sou governador, se alguém quisesse criar constrangimento para mim, já perderia ponto para ser secretário. Já perderia ponto no ranking de escolha. Portanto, como eu não quero perder pontos no ranking de escolha (para ministro), eu também não vou comentar as hipótese de ministério nenhum", disse.

Em entrevista coletiva ao lado do governador eleito da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), após reunião que tratou da transição do governo estadual, Rui disse que recepcionou Lula e a mulher, Rosângela da Silva, a Janja, no sul da Bahia, onde o casal descansa após a campanha. O governador afirmou ainda que não criará nenhum "constrangimento" ao presidente eleito e que não comentará nada sobre ministérios.

"Verdadeiros amigos não criam constrangimento, facilitam. E eu não criarei nenhum tipo de constrangimento, nem a Bahia criará nenhum tipo de constrangimento ao presidente Lula. Ele é muito grato à Bahia, ele reconhece a Bahia, e a Bahia fica muito feliz de ele ter escolhido descansar no Estado", disse o governador. "Ele terá toda a liberdade e eu não farei comentário nenhum, sobre ministério, em nenhuma hipótese", completou.

Os ministérios da Casa Civil, Planejamento e até Economia já foram citados como possíveis cadeiras que podem ser ocupadas pelo governador da Bahia. Rui Costa encerra em dezembro seu segundo mandato e não terá cargo público a partir de 2023.

O governador disse, ainda, que após o descanso, o presidente eleito iniciará conversas para compor o corpo ministerial. "A Bahia, independente disso, tenho absoluta certeza, será muito bem tratada pelo presidente, ele é apaixonado pela Bahia, pelos baianos".

Questionado, o governador Rui não quis dar detalhes sobre as conversas tratadas durante o encontro. Apenas afirmou que o tempo de conversas de Lula será curto, por isso, o presidente eleito deverá seu ministério até a primeira quinzena de dezembro.

Lula está hospedado na casa de veraneio do deputado federal Ronaldo Carletto (PP-BA) em um condomínio no município de Caraíva, em Porto Seguro.

Transição na Bahia

O decreto que cria a comissão de transição na Bahia deve ser publicado na edição desta sexta-feira, 4, do Diário Oficial do Estado. Os coordenadores serão o próprio governador eleito, Jerônimo, e seu vice, Geraldo Jr (MDB). O governador eleito disse que irá anunciar seu secretariado em 15 dias.

Jerônimo disse, ainda, que vai promover mudanças significativas na estrutura de governo, com mudança de nomes de secretários. "O fato de termos quatro mandatos antes, vai requerer da gente mudanças. Nós vamos ter que mudar porque quem fica muito tempo pisado num lugar cria limo. Nós temos que ter a coragem e naturalmente a responsabilidade de trocar as pessoas".

Questionado, ele confirmou que um dos nomes a serem mudados é o do Secretário da Segurança Pública, cargo hoje ocupado por Ricardo Mandarino Barreto.

Jerônimo disse, ainda, que o desenho de suas secretarias seguirá um alinhamento com a estrutura do governo de Lula. Ele citou como exemplos o anúncio de Lula sobre a criação de um ministério de Combate à Fome, assim como o de Povos Originários, que devem inspirar a criação de secretarias voltadas para o mesmo objetivo. "A gente também vai participar desse processo de transição lá porque nós temos tema de interesse do governo Lula, que vai interessar ao desenho aqui", disse Jerônimo.

A Segurança Pública é um das áreas mais frágeis do governo Rui Costa. A Bahia figura como o Estado mais violento do Brasil, de acordo com dados do DataSUS (Ministério da Saúde) divulgados em outubro pelo Centro de Pesquisa em Direito e Segurança (Cepedes).

Estadão
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