Moraes rebate defesas de réus e diz que há ‘excesso de provas nos autos’ da trama golpista
Perto de completar três horas de fala, Moraes passou a falar sobre o plano Punhal Verde Amarelo, encontrado pela PF nas buscas e apreensões
Alexandre de Moraes afirmou haver "excesso de provas" sobre o envolvimento de Jair Bolsonaro e outros réus na trama golpista que incluía planos de assassinatos, com documentos impressos no Palácio do Planalto.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse considerar que "há excesso de provas nos autos" sobre o envolvimento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus no planejamento de uma trama golpista. Ele é o primeiro ministro da Primeira Turma a apresentar seu voto no caso, nesta terça-feira, 9, por ser o relator do processo.
Perto de completar três horas de fala, Moraes passou a falar sobre o plano Punhal Verde Amarelo, encontrado pela Polícia Federal nas buscas e apreensões entre os investigados. O plano em questão tratava de uma ação para matar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e até o próprio Alexandre de Moraes.
"O planejamento chama Punhal Verde Amarelo, a operação seria a Operação Copa 2022", em referência ao campeonato mundial de futebol que acontecia naquele ano no Catar, iniciou Moraes.
"O nome Kids Pretos era imitando o La Casa de Papel, cada um tinha o nome de uma seleção. Esse documento foi apreendido pela Polícia Federal, encontrado no dispositivo do general, que é réu em outra ação penal, Mário Fernandes, também integrante da organização criminosa, que planejava um atentado contra a vida desse relator e do então presidente eleito Luiz inácio Lula da Silva e o seu vice, Geraldo Alckmin", continuou o ministro.
"Há um detalhamento nisso. E isso foi impresso no Palácio do Planalto. Na sede do governo brasileiro, no mesmo momento em que lá se encontrava o então presidente Jair Messias Bolsonaro", complementou.
O planejamento Punhal Verde Amarelo e a Operação Copa 2022 aparecem em nono lugar na lista de 13 atos que comprovariam a trama de golpe de Estado, segundo Moraes.
Além de Jair Bolsonaro, estão sendo julgados neste núcleo:
- o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Walter Braga Netto;
- o ex-ajudante de ordens Mauro Cid;
- o almirante de esquadra que comandou a Marinha, Almir Garnier;
- o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres;
- o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno;
- e o general e ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.
O julgamento deve ser finalizado até sexta-feira, 12. Após o voto de Moraes, devem dar prosseguimento os seguintes ministros da Primeira Turma, nesta ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin (presidente da Turma).
