Lula defende ir atrás de outros parceiros para substituir EUA: 'Vamos ganhar em outro lugar'
MP prevê apoio a exportadores e ampliação de parcerias internacionais; Haddad afirma afirma que sanções refletem pressão da extrema-direita
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quarta-feira, 13 de agosto, da cerimônia de assinatura da Medida Provisória "Brasil Soberano", a partir das 11h30, no Salão Leste do Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
O presidente afirmou que ampliará o leque de parceiros comerciais a fim de minimizar a crise com o governo norte-americano de Donald Trump.
“Ao invés de ficar chorando o que a gente perdeu, nós vamos ganhar em outro lugar. Se os Estados Unidos não quer comprar, nós vamos levar para outro país. Da minha parte, eu sou vendedor de qualquer coisa. Liguei para o Xi Jinping e falei até dos pés de galinha — bom, cheguei a falar dos pés de galinha porque falei da carne. O mundo é grande, o mundo está ávido para fazer negociações com o Brasil.”
A MP estabelece um conjunto inicial de ações para reduzir os impactos econômicos provocados pela decisão do governo dos Estados Unidos de elevar, em até 50%, as tarifas de importação sobre produtos brasileiros.
"Somos negociadores. Não queremos fazer nada que justifique piorar nossas relação. Nesse momento estamos procurando novos parceiros", disse o presidente após assinar a MP.
Ele anunciou que agendará uma reunião no Banco dos BRICS para discutir "o que a gente pode fazer para melhorar a nossa relação com os países que foram afetados. Nós queremos vender mais e queremos comprar mais".
Haddad
Durante a cerimônia de assinatura nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre as recentes sanções comerciais impostas ao Brasil. Segundo ele, o país está sendo penalizado por seu posicionamento democrático. “Vamos enfrentar e vamos superar mais essa dificuldade imposta de fora para dentro, com apoio de setores radicalizados da extrema-direita”, afirmou.
O ministro anunciou que o Fundo Garantidor de Exportações será utilizado para liberar recursos com o objetivo de financiar, a baixo custo, setores afetados pelas novas tarifas. “Mas não só, o fundo passa atuar em todos os setores”, declarou.
Haddad também informou que o governo pretende criar um sistema de seguro e crédito apoiado por fundos garantidores. “Vamos ter além de um sistema tributário que favorece investimento e exportações, teremos sistema de seguro e sistema de crédito que vão contar com fundos garantidores para que o pequeno possa ter acesso ao recurso.”
Ele ressaltou que a medida busca dar apoio especialmente a empresas de menor porte. “Estamos dando suporte garantindo o pequeno e o médio exportadores. Com esses mecanismos vamos dar aos setores condições de se mobilizar para buscar novos mercados”, afirmou o ministro.
Por fim, disse que as compras públicas serão flexibilizadas para permitir que Estados e municípios adquiram produtos inicialmente voltados ao mercado dos Estados Unidos.