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Política

Liberdade de expressão é valorizada no mundo, mas poucos se sentem totalmente livres, diz pesquisa

Levantamento do Pew Research Center mostra que maioria considera essencial a liberdade de imprensa, de fala e na internet, mas percepções de liberdade efetiva são bem menores

27 abr 2025 - 03h12
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Uma pesquisa do Pew Research Center realizada em 35 países, entre eles o Brasil, mostra que, embora a maioria das pessoas considere essenciais as liberdades de imprensa, de expressão e de uso da internet, poucos acreditam que esses direitos são plenamente garantidos em seus países.

Segundo o levantamento, 61% dos entrevistados em todo o mundo afirmam que a liberdade de imprensa é muito importante, mas apenas 28% dizem que a mídia é completamente livre para reportar as notícias. A discrepância, chamada de "lacuna de liberdade", também se repete em outras áreas.

O censor Nilo Ferreira (ao fundo) faz o trabalho de vigilância na sede do Estadão em 1973, após o jornal se recusar a praticar a autocensura durante a ditadura militar
O censor Nilo Ferreira (ao fundo) faz o trabalho de vigilância na sede do Estadão em 1973, após o jornal se recusar a praticar a autocensura durante a ditadura militar
Foto: Domício Pinheiro/Estadão / Estadão

Nos Estados Unidos, por exemplo, 67% consideram a liberdade de imprensa muito importante, mas só 33% veem a mídia como totalmente livre. Na Alemanha, são 74% e 33%, e na Austrália, 63% e 33%, respectivamente.

Esse paradoxo será abordado no "Fórum Liberdade de Expressão - 150 anos em defesa da liberdade e da democracia", evento em homenagem aos 150 anos do Estadão que reunirá, em Brasília, autoridades e especialistas no assunto, na próxima terça-feira, 29 (veja ao fim do texto a programação e como participar).

Em relação à liberdade de expressão ao redor do mundo, 59% consideram que é muito importante poder se manifestar sem censura. No entanto, só 31% acreditam que essa liberdade é total em seus países. Já quanto ao uso livre da internet, 55% valorizam muito esse direito, mas apenas 50% dizem ter liberdade completa no ambiente digital.

A pesquisa mostra ainda que a desinformação é vista como um problema sério. Maiorias em mais da metade dos países afirmam que notícias falsas são um grande desafio. A preocupação é maior em países de renda média, mas também atinge nações desenvolvidas, como Coreia do Sul (73%), Grécia (65%) e França (63%).

O levantamento indica uma relação direta entre preocupação com desinformação e insatisfação com a democracia. Em países como Hungria, Israel e Reino Unido, onde houve queda recente na confiança nas instituições democráticas, os mais preocupados com notícias falsas tendem a se declarar menos satisfeitos com o funcionamento da democracia.

As maiores taxas de percepção de liberdade total na internet foram registradas em Gana, Índia, Países Baixos e Suécia, onde cerca de dois terços da população considera o uso da rede livre de restrições.

O estudo ouviu 52,8 mil pessoas ao redor do mundo. A versão global, realizada entre 5 de janeiro e 22 de maio de 2024, incluiu 40,5 mil adultos em 34 países. Nos Estados Unidos, foram feitas três rodadas de entrevistas: 3,6 mil pessoas entre 1º e 7 de abril de 2024; 5,1 mil entre 24 de fevereiro e 2 de março de 2025; e 3,6 mil entre 24 e 30 de março de 2025.

Maioria dos brasileiros valoriza liberdade de imprensa e expressão

Embora a maioria dos brasileiros ainda considere essenciais a liberdade de imprensa, de expressão e na internet, a percepção da importância desses direitos diminuiu nos últimos anos.

Segundo pesquisa do Pew Research Center, 62% dos brasileiros acreditam que uma imprensa livre de censura é "muito importante" - índice levemente acima da média global de 61%.

Já a liberdade de expressão é vista como "muito importante" por 59% dos brasileiros, nove pontos a menos do que em 2015. Apenas 36% afirmam se sentir completamente livres para dizer o que pensam.

Em relação à internet, 60% consideram uma rede livre como essencial, e 61% acreditam que esse direito é plenamente garantido no País.

Confira a programação completa do 'Fórum Liberdade de Expressão'

14h30 | Credenciamento

15h | Boas-vindas

15h15 | Palestra magna

  • Luiz Edson Fachin - ministro e vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)

15h45 - 16h30 | Painel 1: Liberdade de Expressão em essência

  • Eugênio Bucci - professor titular da ECA-USP, articulista do Estadão e membro da Academia Paulista de Letras
  • Pierpaolo Bottini - advogado criminalista e professor de Direito Penal da USP
  • Sebastião Ventura - chairman do Instituto Millenium
  • Mediação: Renato Andrade - editor executivo do Núcleo de Política e Internacional do Estadão

16h35 - 17h20 | Painel 2: Imprensa Livre

  • Dana Green - vice-presidente e conselheira geral adjunta do jornal The New York Times
  • Bia Barbosa - coordenadora de Incidência do escritório do Repórteres Sem Fronteiras para a América Latina
  • Marcelo Godoy - repórter especial do Estadão, jornalista e escritor
  • Afranio Affonso Ferreira Neto - advogado
  • Mediação: Luciana Garbin - editora executiva do Estadão

17h25 - 18h15 | Painel 3: Redes Sociais e o Direito à Livre Manifestação

  • Orlando Silva (PCdoB-SP) - deputado federal
  • Paulo José Lara - co-diretor executivo da Artigo 19 Brasil
  • Pedro Henrique Ramos - diretor executivo do Reglab, professor do Ibmec e sócio do b/luz advogados
  • Mediação: Roseann Kennedy - jornalista, titular da Coluna do Estadão

18h15 - Encerramento

Inscrição

Inscreva-se para o fórum neste link.

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