Janja atinge maior índice de desaprovação desde 2024: 61%, diz PoderData
O levantamento ouviu 2.500 pessoas entre os dias 27 e 29 de setembro, em 178 municípios de todas as regiões do país, por meio de entrevistas telefônicas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
A participação da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, no governo federal tem enfrentado um crescimento expressivo de rejeição entre os eleitores que afirmam conhecê-la. Segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (3) pelo instituto PoderData, o índice de desaprovação à sua atuação passou de 50% para 61% entre março e setembro de 2025, um aumento de 11 pontos percentuais.
O levantamento ouviu 2.500 pessoas entre os dias 27 e 29 de setembro, em 178 municípios de todas as regiões do país, por meio de entrevistas telefônicas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
De acordo com a pesquisa, apenas 23% dos entrevistados que dizem conhecer Janja aprovam sua atuação junto ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outros 16% afirmaram não saber ou preferiram não opinar.
Crescimento da visibilidade
Apesar do aumento da desaprovação, os dados também revelam que a figura da primeira-dama se tornou mais conhecida nos últimos anos. Em setembro de 2022, 63% dos eleitores diziam conhecê-la de alguma forma. Atualmente, esse número subiu para 89%: 38% afirmam conhecê-la bem, enquanto 51% dizem saber quem ela é "de ouvir falar". Apenas 11% responderam que não conhecem Janja.
A pergunta feita pelo instituto aos entrevistados que a conhecem foi: "Você aprova ou desaprova a participação da primeira-dama no governo?"
Participação ativa e críticas
Mesmo sem ocupar um cargo oficial no governo, Janja tem tido participação ativa em eventos nacionais e internacionais. Recentemente, ela representou o Brasil como enviada especial para mulheres da COP-30, em Nova York. Na ocasião, chegou à cidade três dias antes do presidente Lula e participou de agendas próprias, além de acompanhá-lo em eventos como a abertura da Assembleia Geral da ONU.
A atuação constante ao lado do presidente tem rendido críticas à primeira-dama, principalmente em relação ao uso de recursos públicos e à sua exposição em agendas oficiais. Janja, por sua vez, já comentou publicamente sobre as críticas, afirmando que "não entrou na caixinha atribuída às primeiras-damas" e que, em alguns momentos, pensou em deixar o cargo informal por conta da pressão.
A desaprovação crescente ocorre em um cenário de desafios para o governo Lula junto a segmentos importantes do eleitorado, como evangélicos e moradores das regiões Sul e Sudeste. Janja tem desempenhado papel ativo em tentativas de aproximação com esses públicos, participando de eventos religiosos, encontros com mulheres periféricas e iniciativas de divulgação das políticas do governo.