Eduardo Bolsonaro comemora lei Magnitsky contra Moraes: 'É um marco histórico'
Deputado fez declaração após EUA aplicarem sanções ao ministro nesta quarta-feira, 30
Eduardo Bolsonaro celebrou como "marco histórico" as sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes, acusando-o de abusos e defendendo anistia ampla para envolvidos no suposto golpe no Brasil.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou de "marco histórico" a decisão do governo dos Estados Unidos de impor sanções com base na Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "É um marco histórico e um alerta: abusos de autoridade agora têm consequências globais”, escreveu em sua conta no Telegram o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Eduardo ainda enviou uma mensagem ao Congresso reforçando o pedido por anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos no suposto golpe de Estado. “Chegou a hora do (sic) Congresso agir. A anistia ampla, geral e irrestrita é urgente para restaurar a paz, devolver a liberdade aos perseguidos e mostrar ao mundo que o Brasil ainda acredita na democracia”.
Eduardo disse ainda que “a justiça vai chegar, de um jeito ou de outro". Só espero que venha da forma menos dolorosa possível. Se for assim, ela também virá mais rápida”.
O deputado disse que Moraes não teria "compaixão nem misericórdia". "E é justamente por isso que ele vai cair. Se outras autoridades quiserem cair junto, é escolha delas. Isso não vai nos parar”.
Nota oficial
Em seu perfil no X (ex-Twitter), o parlamentar divulgou um comunicado afirmando que a decisão "está longe de ser o passo final". A nota, assinada por ele e pelo jornalista Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura militar João Figueiredo e atua influenciador. Leia abaixo na íntegra:
Hoje, sob a liderança do Presidente Donald J. Trump e do Secretário de Estado Marco Rubio e do Secretário do Tesouro Scott Bessent os Estados Unidos da América confirmaram o que milhões de brasileiros já sabiam há muito tempo: Alexandre de Moraes é um violador dos direitos humanos. Sua sanção sob a Lei Global Magnitsky de Responsabilização por Direitos Humanos é histórica. Pela primeira vez, o arquiteto da censura, da repressão política e da perseguição judicial no Brasil está enfrentando consequências reais, juntando-se às fileiras infames de abusadores de direitos humanos sancionados em todo o mundo, como o ditador Nicolás Maduro.
As penalidades financeiras são severas — embora ainda brandas em comparação ao que Moraes impôs a milhares de brasileiros inocentes: exílio, silêncio forçado, humilhação pública, prisão preventiva, confisco de bens, destruição de reputações e famílias. E, no caso de Clezão, a própria morte. Hoje, finalmente, começamos a ver justiça em nome deles. Que fique claro: a era da complacência acabou. Não pararemos até que o povo brasileiro seja livre para falar, se reunir, votar e apoiar qualquer movimento político que escolher — sem medo de retaliação por parte de um tirano. Somos muito gratos e conclamamos os demais líderes do mundo livre a se unirem aos Estados Unidos.
E isso está longe de ser o passo final e, como disse o secretário Rubio, é um aviso. A lei permite explicitamente sanções contra qualquer pessoa que tenha "auxiliado materialmente, patrocinado ou fornecido apoio financeiro, material ou tecnológico para tais atos." Temos certeza de que os Estados Unidos irão monitorar de perto as respostas públicas, institucionais — e até privadas — de cada autoridade brasileira. O custo de apoiar Alexandre de Moraes, seja por omissão, cumplicidade ou conveniência, será insuportável. Para indivíduos — e para suas famílias. Chegou a hora de escolher: estar com Moraes, ou estar com o Brasil.
Que Deus abençoe o Brasil. E que Deus abençoe os Estados Unidos.
'Caça às bruxas'
Sem apresentar provas, o Departamento do Tesouro dos EUA, que informou a aplicação da sanção a Moraes, disse que o ministro estaria realizando "censura" ou fazendo uma "caça às bruxas".
"Hoje, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA está sancionando o ministro Alexandre de Moraes (de Moraes), do Supremo Tribunal Federal (STF), que usou seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão", afirma o comunicado.
“Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, disse o Secretário do Tesouro, Scott Bessent . “Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos.”
O comunicado diz que a "ação de hoje está sendo tomada em conformidade com a Ordem Executiva (EO) 13818, que se baseia e implementa a Lei Global Magnitsky de Responsabilidade pelos Direitos Humanos e visa perpetradores de graves violações de direitos humanos em todo o mundo. A ação de hoje ocorre após o Departamento de Estado dos EUA revogar o visto de Moraes e de seus familiares próximos em 18 de julho de 2025, por sua cumplicidade em auxiliar e incentivar a campanha ilegal de censura de Moraes contra cidadãos norte-americanos em território americano."
Até o momento, Moraes ainda não se manifestou a respeito da decisão do governo americano.
-1iyf0et7ehovr.jpg)
-u8dhkxuji7g8.jpg)