De tornozeleira, Bolsonaro vai a evento de moto com Michelle e aliados e evita declarações

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu a um evento de motociclistas em Brasília na tarde desta terça-feira, 29. De tornozeleira eletrônica, acenou a apoiadores, passou pelo estande da marca de capacetes da família e liderou uma "motociata" do alto de um carro de som.

Bolsonaro ficou menos de trinta minutos no evento e não falou com a imprensa nem com os apoiadores - cumprindo uma das medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de não dar entrevistas transmitidas online.

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A manifestação motorizada ocorre num momento de reveses para Bolsonaro, que pode ser condenado por tentativa de golpe no Supremo nas próximas semanas. Os motociclistas saíram da Granja do Torto, onde ocorre o Capital Motor Week por volta das 15h, e percorreram o Eixo Rodoviário Norte até a Rodoviária de Brasília, no coração da cidade. O ex-presidente e seus aliados então deixaram o carro de som, e a motociata seguiu de volta ao evento.

Durante a cerca de uma hora de deslocamento, a motociata estrangulou o trânsito na Asa Norte e foi acompanhada por dois helicóteros da polícia. Houve bate-bocas entre bolsonaristas e petistas pelo caminho. Na ponte em cima da rodoviária, dois homens quase se agrediram.

O ex-chefe do Executivo estava acompanhado do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Também estiveram presentes a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), os deputados Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, Gustavo Gayer (PL-GO) e Hélio Lopes (PL-RJ).

Bolsonaro já havia afirmado que não seguiria o trajeto pilotando uma moto. Ele disse que, por questões de saúde, está sob "medida restritiva da dona Michelle".

A manifestação serviu como sinalização de apoio ao ex-presidente. Enquanto seguia até o estande da marca administrada por Flávio, o ex-presidente ouviu palavras de conforto dos apoiadores. "Estamos com você, presidente", gritaram algumas vezes.

No domingo, 3, Bolsonaro deve receber outras manifestações de apoio, desta vez na Avenida Paulista, em São Paulo. O pastor Silas Malafaia e seus aliados organizam um novo ato para defendê-lo das acusações na Suprema Corte e criticar o que julgam ser uma perseguição ao bolsonarismo.

O ex-presidente cumpre medidas cautelares impostas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e corroboradas pelos demais integrantes da Primeira Turma da Corte. Além da proibição de conceder entrevistas transmitidas, ele está impedido de usar as redes sociais, de falar com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e de deixar sua residência entre as 19h e as 6h, no período noturno.