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Política

Cultura deu aval a uso de programa de R$ 58 milhões em campanhas de aliados de Lula em 2024, indicam áudios

Em gravação feita por ex-aliado, Anne Moura exige que comitê de cultura do Amazonas privilegie ‘artistas parceiros combinados na política’

10 mar 2025 - 13h05
(atualizado às 13h49)
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Resumo
Os comitês de cultura criados por Lula e Margareth Menezes foram usados para eleger aliados, segundo áudios de Anne Moura. A gravação mostra manipulação e uso político dos comitês com recursos públicos.
Anne Moura ao lado de Lula.
Anne Moura ao lado de Lula.
Foto: Divulgação/PT

Os comitês de cultura criados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela ministra Margareth Menezes, da Cultura, foram usados para eleger aliados em 2024 com o aval da cúpula da pasta, indicam áudios da secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura. O material, gravado pelo ex-chefe do comitê do Amazonas Marcos Rodrigues, com quem Anne Moura rompeu politicamente no final do ano passado, foi publicado nesta segunda-feira, 10, pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Criado em setembro de 2023, o Programa Nacional de Comitês de Cultura (PNCC) vai custar R$ 58,8 milhões até o final deste ano com ações de mobilização, apoio e formação de artistas. É uma das principais iniciativas da pasta e foi anunciada por Lula ainda na pré-campanha de 2022.

No encontro gravado pelo ex-aliado, Anne Moura exigiu que Marcos Rodrigues envolvesse a estrutura do comitê na campanha dela a vereadora de Manaus – na qual acabou derrotada. Na gravação, ela aparece reclamando de o comitê escolher artistas para atividades “sem combinar na política quem são os artistas parceiros” e disse que levou sua insatisfação ao conhecimento do secretário-executivo da pasta, Márcio Tavares.

"Marcos, quando eu fui lá no MinC agora, da última vez, o pessoal me perguntou: ‘Anne, o comitê tá te ajudando?’ Eu disse: não, Roberta, não tá. Ela tava na sede do PT, na reunião e perguntou: ‘O comitê tá te ajudando? Porque nos outros lugares está tudo ajudando’ [...]”, relata em áudio. Nacionalmente, a secretária que cuida do PNCC é Roberta Martins, do PT do Rio de Janeiro.  

“Eu disse: ‘Roberta, deixa eu falar uma coisa para ti. Temos acordos que não foram cumpridos. E depois que as pessoas sentaram na cadeira pagaram de doidos. Eu decidi que não vou me estressar com isso agora. Eu preciso ganhar a eleição. Então se tu puder me ajudar agora, daqui, na articulação tua e do Márcio, eu te agradeço. Depois, quero sentar e conversar com você sobre isso’”.

O PNCC contrata entidades culturais para receber verba pública e coordenar as ações e atividades de fomento à cultura nos Estados. No Amazonas, o governo selecionou para coordenação o Instituto de Articulação de Juventude da Amazônia (Iaja), ONG que tem Anne Moura como uma de suas fundadoras e tinha como um dos diretores Ruan Octávio da Silva Rodrigues (PT). Para coordenar o comitê, o Iaja vai receber R$ 1,9 milhão em dois anos.

Na gravação, Anne Moura ainda defende que o foco da política pública do comitê de cultura deveria ser os aliados do PT por uma espécie de retribuição pelo que os correligionários fizeram em defesa de Lula e do partido no período em que o atual presidente esteve preso cumprindo pena da Operação Lava Jato. “Quem foi para a frente da prisão” precisa ter atendimento diferenciado na hora da “parte boa”.

Em nota, Anne Moura afirmou que os questionamentos dela à atuação do ex-presidente da entidade cultural “podem estar sendo reproduzidos fora de seu contexto” e que o ex-aliado tenta macular a imagem dela.  O Ministério da Cultura afirmou que relato sobre atuação de servidores da pasta é inverídico e informou que o comitê do Amazonas teve atividades suspensas e recursos bloqueados temporariamente para apuração de possíveis irregularidades.

Fonte: Redação Terra
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