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Política

Conteúdo antivacina cresce no WhatsApp após anúncios do Ministério da Saúde

6 fev 2023 - 12h45
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O Radar Aos Fatos identificou um aumento no compartilhamento de conteúdos antivacina no WhatsApp desde o dia 26 de janeiro, após o Ministério da Saúde fazer anúncios sobre o calendário vacinal de 2023, que focará no reforço contra a Covid-19.

Voltaram a circular com frequência correntes antigas com mentiras e teorias conspiratórias sobre a vacina, como a de que ela serviria para controle populacional por parte de uma elite global. Também surgiram conteúdos falsos ligando a morte de celebridades, como o humorista Jô Soares e a jornalista Glória Maria, ao imunizante — o que é mentira.

Ao menos cem mensagens foram divulgadas em grupos monitorados pelo Radar Aos Fatos entre os dias 25 de janeiro e 6 de fevereiro.

  • Mensagens afirmam que a ivermectina pode ser usada para combater a Covid-19 e ainda cortar o efeito de vacinas, o que não é verdade;
  • Outra corrente alega que cientistas alemães identificaram que a Covid-19 não seria causada por um vírus, mas por uma bactéria — e, portanto, poderia ser combatida com antibióticos e aspirina, o que é falso;
  • Mensagem falsa checada em 2021 sobre liberação de fibrina na corrente sanguínea voltou a circular no WhatsApp;
  • Influenciadores como o ex-comentarista da Jovem Pan Rodrigo Constantino e o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) compartilharam vídeo desinformativo sobre um suposto diretor de pesquisa e desenvolvimento da Pfizer admitindo que a empresa manipula o vírus causador da doença em busca de lucro com vacinas;
  • Vídeos com alegações falsas sobre a presença de grafeno nas vacinas também foram compartilhados. Um deles é da médica Maria Emília Gadelha Serra, que teve outras falas desmentidas por Aos Fatos.

Teorias conspiratórias. Além das informações mentirosas sobre remédios milagrosos, manipulação do vírus e grafeno nas vacinas, teorias conspiratórias sobre o "mercado da vacina" e o envolvimento de financiadores internacionais para a "redução populacional" por meio das vacinas voltaram a ganhar força.

Nomes como Bill Gates e George Soros são comuns em teorias mirabolantes sobre um plano global de dominação e dizimação de parte da população mundial por meio de injeções. Diversas dessas conspirações já foram desmentidas.

Vídeos fora de contexto. Vídeos de pessoas desmaiando são tirados de contexto, editados em sequência e compartilhados com mensagens que sugerem que os acontecimentos são decorrentes de vacinas.

O jornal O Estado de S. Paulo analisou trechos de vídeos que alcançaram milhares de visualizações e constatou que boa parte das imagens era anterior à pandemia, que teve o primeiro alerta pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 31 de dezembro de 2019.

Morte de famosos. Outra tendência desinformativa consiste em associar a morte de pessoas famosas, em especial aquelas que divulgaram a vacinação em suas redes sociais, como efeitos colaterais das vacinas contra Covid-19.

A mais recente envolve a jornalista Glória Maria, que faleceu por complicações de um câncer no pulmão e metástase cerebral, mas teve seu nome relacionado a uma teoria conspiratória antivacina. Pelé, Jô Soares, o cantor sertanejo Maurílio e a cantora Paulinha Abelha também tiveram suas mortes falsamente associadas à vacina.

Aos Fatos
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