Script = https://s1.trrsf.com/update-1747233309/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Bolsonaro quer ser julgado pelo plenário do STF: 'Sem as redes sociais eu estaria preso'

O ex-presidente defendeu que seu caso seja julgado em primeira instância, chamou as investigações de "pesca probatória" e disse que sentir pena de Mauro Cid: "Ele é filho pra mim"

21 fev 2025 - 22h06
(atualizado em 22/2/2025 às 08h38)
Compartilhar
Exibir comentários
O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro chora atrás do palco durante a exibição de um vídeo feito pela sua família no encerramento do seminário
O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro chora atrás do palco durante a exibição de um vídeo feito pela sua família no encerramento do seminário
Foto: WILTON JUNIOR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que deseja ser julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) após ser denunciado por tentativa de golpe de Estado. A declaração foi dada em entrevista à Revista Oeste nesta sexta-feira, 21.

Bolsonaro foi questionado sobre as estratégias que sua defesa deve adotar. O ex-presidente argumentou que deveria ser julgado em primeira instância, já que não ocupa mais cargo público e, portanto, não teria direito a foro privilegiado.

"Primeiro, eu devia estar na primeira instância, onde o Lula foi julgado. Se for adequado, é a primeira instância. Outra, quem está sendo julgado, tem que ser o plenário. O pessoal do 8 de janeiro está sendo julgado pelo plenário. Outra, que meu julgamento não seja por intermédio de gravação de vídeo, tem que ter o debate ali", disse.

O ex-presidente afirmou ainda ter certeza de que sua defesa usará o argumento de abuso de autoridade contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, se referindo a oitiva de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid. O magistrado avisou o tenente-coronel que, se ele caísse em novas contradições durante o depoimento, sairia preso da audiência e que o acordo de colaboração seria revogado, retomando as investigações contra seus familiares.

À PF, Mauro Cid confirmou que Bolsonaro tinha conhecimento e fez edições em ‘minuta do golpe’:

Bolsonaro deu graças às redes sociais pela repercussão da denúncia e da delação, caso contrário ele mesmo "estaria preso há muito tempo".

"Eu tenho certeza que sim, né? Se bem que a defesa, você pode ver, foi entregue a denúncia anteontem, se eu não me engano, há três dias, e no dia seguinte da entrega da denúncia, nós já fomos notificados com prazo de quinze dias. Algo bastante excessivo, longo o processo, até com detalhes, muita mentira ali, mas a gente vai ter quinze dias para explicar [...] se nós não tivéssemos as mídias sociais, a gente não conseguiria reverter a situação. Eu já estaria preso há muito tempo", disse.

Ao comentar a delação de Mauro Cid, Bolsonaro se referiu às investigações como "pesca probatória" e disse que sente pena de seu ex-ajudante de ordens. "Eu tenho pena dele, o que ele está passando, eu falei que ele é filho pra mim, pai dele da minha turma, com tudo que acontece, e a gente vê que há uma tortura em cima dele".

A defesa do ex-presidente pediu a ampliação do prazo de resposta à denúncia para 83 dias, alegando não terem tido acesso a todas as provas. Moraes negou o pedido e enfatizou que "simples consulta ao andamento processual" demonstra que a defesa teve amplo acesso aos autos.

Bolsonaro já é réu? Vai ser preso? Entenda a denúncia da PGR em 10 pontos Bolsonaro já é réu? Vai ser preso? Entenda a denúncia da PGR em 10 pontos

Bolsonaro também criticou o fato de Alexandre de Moraes participar de seu julgamento. Segundo a denúncia da PGR, o ministro estava entre os alvos do suposto plano "Punhal Verde e Amarelo", que previa o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Moraes, e que teria contado com a aprovação do ex-presidente. "Obviamente, deveria ter pessoas no caso impedida de me julgar, mas nós sabemos que o STF toma decisões políticas", afirmou.

O Plenário do STF rejeitou um recurso da defesa de Bolsonaro e negou o impedimento de Moraes nas investigações relacionadas ao ex-presidente. Segundo a Corte, o crime de tentativa de golpe de Estado afeta toda coletividade, e não uma vítima individualizada.

Durante a conversa, Bolsonaro chamou ainda o 8 de janeiro de "farsa" e mencionou que, se estivesse no Brasil da data provavelmente estaria preso até hoje. O ex-presidente viajou para os Estados Unidos logo após a eleição de 2022.

"Foi uma farsa esse 8 de janeiro. Se eu tivesse, eu ouso dizer, se eu tivesse o Brasil de 8 de janeiro, com toda a certeza estaria preso até hoje. Algo aconteceu e eu resolvi, dia 30 de dezembro, sair do Brasil", disse.

Bolsonaro diz estar com 'consciência limpa' e que não se importar com possível prisão:
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade