Após despacho de Moraes, Bolsonaro cancela participação em entrevista coletiva do PL
Ex-presidente participou de reunião na Câmara dos Deputados e daria entrevista na tarde desta segunda-feira, 21
Bolsonaro cancelou entrevista coletiva na Câmara após despacho de Alexandre de Moraes, que reforçou as restrições impostas ao ex-presidente, incluindo a proibição de uso de redes sociais direta ou indiretamente.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou sua participação em uma entrevista coletiva a jornalistas, prevista para a tarde desta segunda-feira, 21, na Câmara dos Deputados, após um novo despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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No novo documento, expedido mais cedo nesta segunda-feira, Moraes destacou que, entre as medidas cautelares impostas a Bolsonaro, determinou a proibição do uso de redes sociais, o que 'inclui, obviamente, transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros'.
"Não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão", destacou, ainda, o ministro.
Por volta das 14h desta segunda-feira, Bolsonaro chegou à Câmara dos Deputados, onde se reuniu com parlamentares aliados. Era previsto, ainda, que ele participasse de entrevista coletiva às 16h, mas o compromisso acabou cancelado após o despacho de Moraes.
Ao Terra, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, declarou, mais cedo, que o encontro serviria para alinhar o discurso e as ações dos parlamentares em defesa do ex-presidente, que cumpre medidas restritivas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Estamos, esta semana, autoconvocados, mesmo no recesso, para mostrar ao Brasil que vamos lutar por justiça e liberdade", disse por telefone Sóstenes, que quer manter, mesmo no recesso, as atividades das Comissões de Relações Exteriores e Segurança da Câmara.
Bolsonaro foi alvo, na última sexta-feira, 18, de uma operação da Polícia Federal (PF), autorizada por Moraes. Como medida cautelar, além do uso da tornozeleira, o ex-presidente está proibido de falar com o filho Eduardo e com embaixadores, de usar as redes sociais e de deixar sua residência à noite, das 19h às 7h e nos fins de semana.
“Esperamos ter quórum para deliberar os requerimentos apresentados de solidariedade ao nosso presidente Bolsonaro que está sofrendo a maior perseguição política já vista em nossa história”, acrescentou Sóstenes.

