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Polícia

Suspeito de matar menina que defendeu pai vai a júri popular

Kerolly Alves Lopes morreu em 6 de maio do ano passado em Goiás

3 jul 2014 - 11h21
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Kerolly Alves Lopes foi baleada durante uma discussão do pai
Kerolly Alves Lopes foi baleada durante uma discussão do pai
Foto: Reprodução / Futura Press

O comerciante acusado de matar a menina que defendeu o pai em frente a uma pizzaria de Aparecida de Goiânia (GO), no ano passado, irá a júri popular. A decisão foi tomada pelo juiz Leonardo Fleury Curado Dias na quarta-feira. Os disparos que mataram Kerolly Alves Lopes foram efetuados pelo comerciante George Araújo de Souza no dia 27 de abril, durante discussão com o pai da garota, Sinomar Firmino Lopes. 

O acusado e o pai da menina haviam brigado meses antes em razão da demora na entrega de uma pizza. No dia do crime, Sinomar foi até a pizzaria de George para tirar satisfação, diante da informação de que o comerciante teria comprado uma arma para matá-lo. Chegou lá de carro, com as filhas, orientando-as a permanecerem dentro do veículo enquanto discutia com George.

Os dois começaram a discutir e George sacou a arma, momento em que as meninas saíram do veículo para tentar proteger o pai. Na briga, o dono da pizzaria efetuou dois disparos, que atingiram a cabeça e a perna de Kerolly. A menina ficou internada por dez dias em estado gravíssimo no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e morreu no dia 6 de maio.

George, entretanto, não será julgado pela tentativa de homicídio contra o pai dela e sua irmã, Pérola Alves Lopes. De acordo com o juiz, os indícios apontam que a intenção do acusado era apenas atingir Sinomar, seu desafeto, e não tirar a vida das irmãs, muito menos assumindo o risco de produzir esse resultado. “Veja-se que, por cerca de dez minutos, o acusado esteve frente a frente com Sinomar e suas filhas Pérola e Kerolly. Se realmente tivesse agido com intenção homicida em relação às filhas, o teria feito antes do disparo que atingiu Kerolly”, observou.

Segundo Fleury, por meio de testemunhas e das imagens gravadas, ficou comprovado nos autos que foi mesmo George que efetuou os disparos. Ele afastou a qualificadora de motivo torpe e ressaltou que não há como acatar o argumento que o acusado agiu por vingança, uma vez que os elementos indicam que foi o pai de Kerolly que procurou George para tirar satisfação. “Sinomar agiu premeditadamente. Deixou o carro distante da pizzaria, entrou no estabelecimento com a porta abaixada, ou seja, não aberto ao público, e procurou pelo acusado. Iniciaram a discussão e, apesar das várias tentativas para que Sinomar saísse do local, inclusive a pedido do próprio acusado, o mesmo não o fez”, avaliou.

O juiz afastou também a qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vítima. Para ele, o pai aparece após o primeiro disparo ocorrido na calçada, tentando se proteger colocando sua filha para servir de escudo. Ele observou ainda que não há como não reconhecer que o comportamento do pai foi determinante para o desfecho do ocorrido.

“A resistência de Sinomar para deixar o local, seja pela ameaça feita pelo acusado com a arma de fogo para que fosse embora, seja com os pedidos insistentes e até puxões das filhas que tentavam tirar o pai do local, mostra o comportamento irresponsável dele, comportamento esse relatado pela sua ex-companheira, quando mantinham convivência”, frisou.

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Fonte: Terra
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