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Polícia

SP: testemunha diz à polícia que sargento da Rota ensinou filho a atirar

PM vizinho da família de policiais mortos na segunda-feira informou, em depoimento, que garoto foi ensinado pelos pais a dirigir e atirar

8 ago 2013 - 18h47
(atualizado às 18h47)
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O delegado geral da Polícia Civil, Luiz Mauricio Blazeck, responsável pela investigação do caso, chega ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP)
O delegado geral da Polícia Civil, Luiz Mauricio Blazeck, responsável pela investigação do caso, chega ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP)
Foto: Eduardo Ferreira / Futura Press

O delegado Itagiba Franco, encarregado de investigar a morte que envolveu a família de dois policiais militares e de outros três membros da família na última segunda-feira, em São Paulo, afirmou na tarde desta quinta-feira que uma testemunha informou, em depoimento à polícia, que Marcelo Pesseghini Bovo, 13 anos, foi ensinado pelo pai, o sargento da Rota Luiz Marcelo Pesseghini, 40 anos, a atirar. As investigações policiais indicam que Marcelo teria atirado contra o pai, a mãe, também PM, contra a avó e a tia-avó. Em seguida, teria cometido o suicídio.

Esse PM teria sido o primeiro a chegar ao local do crime e descobrir os corpos das vítimas. O delegado saiu ainda em sua própria defesa, ao afirmar que as investigações estão sendo tocadas de forma honesta, serena e tranquila. Ele disse não entender as críticas "quase nacionais" ao seu trabalho e afirma trabalhar com provas e com a sua intuição de anos como delegado de polícia.

"Eu não estou entendendo essa contestação quase nacional contra o meu trabalho. Enquanto a maior parte das pessoas está se descabelando, eu estou absolutamente sereno (...) Eu estou ciente do que estou fazendo, não estou mentindo. (Tudo) é fundamentado nos autos. Não vou me afastar, não vou inventar qualquer coisa que leve a uma inverdade", disse o delegado.

Apesar das críticas, ele disse entender as contestações. "Essa contestação, tanto da família, quanto da população, é normal. O caso tomou um vulto que ninguém esperava. Não estou me importando. Ouço, assimilo, troco ideia e sigo o que estou acreditando", afirmou.

Ele conta que em nenhum momento disse que as investigações estão concluídas ou perto disso. "Que conclusão? Estamos iniciando o inquérito. É dever dar uma explicação para a família. A família não pode ter em mim e na minha equipe inimigos", explicou.  De acordo com ele, essa explicação precisa ser simples, honesta e clara. "Mesmo que (uma possível) conclusão desagrade a família, é melhor ter essa verdade honesta do que uma mentira que se leve para o resto da vida. Pode ser que seja verdade. A investigação está seguindo de forma responsável."

O delegado também pediu que "esqueçam" a foto que foi divulgada após o crime, em que o garoto era franzino e aparecia com cara de criança. "Não leve em conta aquela foto de que ele era criança. Agora, ele tinha mais de 1,6 metros. Não é uma criança de 1 metro de altura", observou.

 

Chacina de família desafia polícia em São Paulo
Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite de segunda-feira, dia 5 de agosto, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.

A investigação descartou inicialmente que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o garoto teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido suicídio.

A teoria foi reforçada pelas imagens das câmeras de segurança da escola onde Marcelo estudava: o adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira, ido até a escola com o carro da mãe, passado a noite no veículo, assistido à aula na manhã de segunda e se matado ao retornar para casa.

Os vídeos gravados pelas câmeras mostraram o carro de Andreia sendo estacionado em frente ao colégio por volta da 1h15 da madrugada de segunda-feira. Porém, a pessoa que estava dentro do veículo só desembarcou às 6h30. O indivíduo usava uma mochila e tinha altura compatível à do menino: ele saiu do carro e caminhou em direção à escola.

Fonte: Terra
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