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Polícia

SP: cliente de hipermercado acusa segurança de homofobia e agressão

Jovem diz ter sido agredido por segurança terceirizado do Carrefour e chamado de "veado". Empresa pediu desculpas à vítima

25 jul 2013 - 19h32
(atualizado às 20h06)
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Jovem compartilhou no Facebook foto em que mostra ferimento na cabeça
Jovem compartilhou no Facebook foto em que mostra ferimento na cabeça
Foto: Facebook / Reprodução

Um morador de São Paulo acusa seguranças contratados pelo Carrefour de homofobia e diz ter sido agredido no estacionamento de um hipermercado na zona sul da capital paulista. O jovem afirma que foi atingido com golpes de walkie-talkie na cabeça após discutir com um funcionário terceirizado que havia ordenado que ele se retirasse do local, chamando-o de "veado". A ocorrência foi atendida pela Polícia Militar na noite de segunda-feira.

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Robson Chateumbriant fez um relato sobre o ocorrido no Facebook - até as 19h25, a postagem tinha mais de 2,8 mil compartilhamentos e 1,5 mil curtidas. Segundo o jovem, ele e seu namorado tiveram uma discussão áspera com um segurança da loja Giovanni Gronchi do Carrefour, após sacar dinheiro no terminal João Dias. Após ser hostilizado pelo segurança, Robson diz ter acreditado que ele havia se confundido, e resolveu se aproximar do agressor para se certificar.

"Ao chegar perto dele, ele me xingou pela terceira vez e me mandou sair de perto dele. Foi quando ele me disse: 'sai fora que aqui não é lugar de veado ficar circulando'. Eu, sem entender, perguntei se ele era louco de me chamar só para me ofender. Então ele disse que sabia muito bem de pessoas do meu tipo e me mandou 'vazar' de lá", reclamou o jovem na rede social.

A partir daí, os ânimos teriam se acirrado, e a discussão atraiu a atenção de clientes e curiosos que passavam pelo o local. Em seguida, um colega do segurança chegou ao local e tentou apartar a discussão. "Ao perceber que aquela discussão já havia ido longe demais, o segurança desceu da moto e me deu um chute. Na mesma hora desferi um soco em seu rosto e começamos a sair na mão como dois selvagens sem educação", relata o jovem.

Enquanto isso, o colega do agressor segurava o namorado da vítima, "porque ele havia pensado que eu estava roubando alguma coisa e deixou o segurança me bater ainda mais", segundo a versão de Robson. Posteriormente, o agressor usou seu walkie-talkie para desferir alguns golpes na cabeça da vítima, provocando um grande sangramento. "Então, os clientes do mercado começaram a gritar dizendo que o segurança estava errado e que eu não havia feito nada. Nessa hora, o segurança quis subir na moto para ir embora, mas eu fui e o empurrei da cima da moto para que caíssem os dois no chão", relembra Robson.

Com uma concentração de pessoas cada vez maior, houve reforço na segurança, com a chegada de pelo menos 15 funcionários. Segundo o jovem, alguns clientes ficaram revoltados e ameaçaram linchar o agressor, mas os ânimos se acalmaram até a chegada da polícia.

O jovem afirmou que acionará na Justiça os responsáveis pela agressão. "Vão pagar por isso que fizeram comigo e serão impedidos de fazer com que outras pessoas passem pelo que eu passei", completou. "Fiquei me perguntando: 'E se ele estivesse armado? Teria me matado?' Na verdade eu sei o motivo da agressão barata. Foi homofobia, e isso mata!"

Segundo a Polícia Militar, houve um chamado às 18h42 de segunda-feira para uma ocorrência de agressão física no hipermercado. O jovem foi medicado e o caso registrado no 89º DP.

Em nota, o Carrefour informou que entrou em contato com a vítima para pedir desculpas pela situação. "A companhia não compactua com qualquer desvio de conduta, seja de funcionários ou prestadores de serviços, e atua imediatamente para corrigi-lo", diz a empresa, que afirma ter uma "rigorosa política de diversidade" e de "respeito incondicional as pessoas em quaisquer circunstâncias". "A rede reitera que realiza treinamentos constantes não só para os seus 40 mil funcionários, mas para os colaboradores dos seus fornecedores. E exige ainda que todos sigam estritamente essa diretriz", conclui o texto, que garante o "compromisso da rede" com o respeito à diversidade.

Fonte: Terra
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