MPF denuncia sete por movimento grevista na Bahia em 2012
O Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) denunciou sete envolvidos na greve da Polícia Militar baiana entre os dias 31 de janeiro e 10 de fevereiro de 2012. Entre os denunciados, estão vereadores, soldados e cabos da Polícia Militar. Segundo o MPF, os vereadores de Salvador, Marco Prisco Caldas Machado (ex-policial militar e líder do grupo), e de Jequié (BA), Gilvan Souza Santana, conquistaram lucros políticos nas eleições de 2012 após a exposição provocada pela greve. Também foram denunciados o cabo Jeoás Nascimento dos Santos; os soldados Josafá Ramos dos Santos e Jeane Batista de Souza; o líder da greve dos Bombeiros no Rio de Janeiro, Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, e David Salomão dos Santos Lima, de Vitória da Conquista (BA).
Além do crime de formação de quadrilha, os promotores denunciam os envolvidos por "tentar impedir com violência o livre exercício dos poderes da União", além de práticas de sabotagem e danos às atividades do serviço público. De acordo com o MPF/BA, os sete denunciados “formaram uma quadrilha armada com o objetivo de lesar e expor a perigo o Estado Democrático de Direito, com articulação nacional e nítida motivação política, aterrorizando a população baiana, ao ordenar e executar a prática de uma série de crimes”.
A denúncia acusa os grevistas de prolongarem a greve para que outras cidades e Estados aderissem ao movimento que, segundo os promotores, acabou minando a segurança na Bahia e em outros Estados do País às vésperas do Carnaval.
Escudos humanos
Sob o comando de Prisco, os policiais ocuparam a Assembleia Legislativa, levando suas famílias ao local, transformando mulheres e crianças em verdadeiros “escudos humanos”. Por causa deste ato, os acusados também são denunciados por desrespeitar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Ainda segundo a denúncia, os grevistas determinaram, durante a greve, que fossem tomadas ou depredadas viaturas que realizavam o policiamento da capital, “sabotando esses meios de transporte a fim de causar dano e paralisação dos serviços públicos essenciais à segurança da sociedade”.
A paralisação dos serviços públicos de segurança, durante os 11 dias de greve, trouxe alguns problemas para Salvador, evidenciando o aumento na taxa de homicídios, furtos e roubos de veículos. Em algumas localidades, foi instaurado o “toque de recolher”, o que acabou comprometendo o funcionamento de estabelecimentos comerciais, turísticos e educacionais.