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Polícia

Morte por R$ 7: polícia faz reconstituição e prevê laudo em 10 dias

21 fev 2013 - 21h26
(atualizado às 21h29)
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Mário dos Santos Sampaio morreu após discutir com funcionários de restaurante por não concordar com valor da conta
Mário dos Santos Sampaio morreu após discutir com funcionários de restaurante por não concordar com valor da conta
Foto: Reprodução / Futura Press

O Instituto de Criminalística realizou nesta quinta-feira na churrascaria Casa Grande, em Guarujá, litoral de São Paulo, a reconstituição do assassinato do universitário Mário dos Santos Sampaio, morto a facadas em dezembro após discussão por uma diferença de R$ 7 no valor da conta. Os trabalhos duraram cerca de três horas e contaram com a participação de dez pessoas, entre elas familiares, a ex-namorada e funcionários do local. Os acusados não participaram.

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A reconstituição, que ocorreu no mesmo dia em que Sampaio completaria 23 anos, fecha o inquérito do caso. O proprietário do estabelecimento, José Adão Pereira, 55 anos, e o filho, Diego Souza Passos, 23 anos, presos preventivamente sob a alegação de ocultação de provas do local do crime, compareceram ao local.

Adão e Diego, entretanto, se recusaram a participar da reconstituição, porque não são obrigados a reproduzir provas contra si, e permaneceram fechados em uma sala. A polícia ainda procura pelo garçom Robson de Jesus Lima, que trabalhava na churrascaria e teria ajudado a segurar a vítima durante o esfaqueamento.

O pai do turista, Renato Camargo Sampaio, esteve presente e voltou a desabafar sobre o crime ocorrido. "eles acuaram meu filho lá, ajudaram a segurar, foi uma covardia completa o que fizeram", afirmou.

Além do homicídio doloso, o dono do restaurante e seu filho são acusados de ocultação de provas porque, segundo a polícia, sumiram com imagens de segurança do estabelecimento. O laudo da reconstituição deverá ser concluído em até dez dias.

"(O trabalho) demonstrou claramente, sim, a existência de algumas contradições reveladas no momento. Portanto, o laudo trará algumas novidades e subsídios para responsabilizar penalmente aqueles que faltaram com a verdade durante os depoimentos colhidos", explicou Luiz Carlos Lara, delegado responsável pelo caso.

Relembre o caso

Mario dos Santos Sampaio foi sepultado no início de janeiro no Cemitério da Saudade, em Campinas. A vítima foi morta com duas facadas no restaurante Casa Grande, no Guarujá. Estudante de Administração e morador de Campinas, ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a namorada de Mário Sampaio e dois amigos, que afirmaram ter presenciado o crime, a agressão ocorreu por causa da diferença de R$ 7 no preço da refeição. O publicitário Rauany Neves Farias disse que o valor da refeição divulgado pelo estabelecimento era R$ 12,99, mas na hora de pagar a conta foi cobrado R$ 19,99.

Segundo ele, o universitário ficou indignado com a alteração do valor da comida - ele relatou que quando todos chegaram, o preço estampado nas placas fixadas fora e dentro do restaurante era R$ 12,99, mas foi alterado durante a refeição. Farias contou que Sampaio reclamou da mudança de preço e por causa disso houve uma discussão com o caixa, que chamou o gerente. Os amigos do universitário contaram à polícia que o filho do dono do restaurante ameaçou o grupo, dizendo que a questão seria "resolvida do lado de fora" do estabelecimento.

Recentemente, a polícia divulgou gravação em que Sampaio registrava ocorrência reclamando, justamente, da mudança de preço e das ameaças dos proprietários. A gravação foi interrompida bruscamente após barulhos não identificados.

Fonte: Especial para Terra
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