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Polícia

Militares são expulsos do Exército por suspeita de agredir soldado em SP

Seis militares do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado de Pirassununga (SP) foram expulsos pela corporação após episódio de agressões

24 fev 2025 - 17h42
(atualizado às 18h57)
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13º Regimento de Cavalaria Mecanizado de Pirassununga (SP)
13º Regimento de Cavalaria Mecanizado de Pirassununga (SP)
Foto: Reprodução/Google Maps

Seis militares do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado de Pirassununga (SP) foram expulsos do Exército Brasileiro após serem acusados de agredir e torturar um soldado. A informação foi confirmada ao Terra pelo Comando Militar do Sudeste. 

De acordo com Pablo Canhadas, advogado do soldado vítima das agressões, o episódio ocorreu no dia 16 de janeiro, logo após a formatura do rancho (reunião diária para distribuição de tarefas).

Inicialmente, o cabo responsável designou a vítima e outros quatro soldados para limpar e organizar a área lateral do rancho, local destinado ao descarte de materiais recicláveis. No entanto, ao chegarem ao local, os soldados mais antigos mudaram a ordem, determinando que a vítima se deslocasse até a Câmara Fria 3 para organizar os itens que estavam lá. 

Ao chegar ao local, a vítima foi surpreendida por dois militares armados com um cabo de vassourão, que o ameaçaram dizendo: "Ou vai por bem ou vai por mal". Naquele momento, o soldado entendeu que seria submetido a um "batismo", um trote comum em promoções militares, mas expressamente proibido pelo Exército. Apesar da recusa da vítima, os militares o seguraram à força, ordenaram que abaixasse as calças e, diante de sua resistência, realizaram as agressões.

As agressões 

De acordo com o advogado, os militares agrediram a vítima com o cabo de vassourão, esfregando-o entre suas nádegas e batendo repetidamente em suas coxas, glúteos e cotovelos até que o objeto se quebrou. Em seguida, um dos agressores levantou a vítima pelos tornozelos, deixando-a de cabeça para baixo, enquanto outro continuava a golpeá-la com o cabo quebrado. A violência foi tão intensa que a vítima gritou por socorro, o que levou os agressores a soltá-la com medo de serem descobertos pelos superiores.

Apesar de ter conseguido fugir, a vítima foi novamente rendida pelos seis militares no Depósito 7, onde as agressões se repetiram com ainda mais violência. Desta vez, dois militares o seguravam enquanto os outros quatro se revezavam para golpeá-lo com cabos de vassourão, um remo de madeira (usado como colher de cozinha industrial) e ripas de paletes. As agressões duraram aproximadamente 30 minutos.

Após ser liberto, a vítima retornou ao seu posto de trabalho, mas, com medo de novas represálias, não denunciou o ocorrido imediatamente. Antes do término do expediente, foi ameaçado por um dos cabos envolvidos, que o alertou para não relatar o caso aos superiores, sob pena de sofrer ainda mais violência.

Danos psicológicos 

Ao chegar em casa, as dores físicas decorrentes das agressões se intensificaram, conforme relatado pela vítima no registro de ocorrência. O soldado tentou contatar seus superiores, mas, como estava fora do horário de expediente, não obteve resposta.

Em meio a um surto psiquiátrico, a vítima tentou tirar a própria vida, sendo impedida pela Polícia Militar, conforme consta no boletim de ocorrência registrado pela própria corporação. Ela foi então encaminhada ao hospital, onde recebeu sedação e medicação.

PM foi acionada no dia em que soldado vítima das agressões teve surto psiquiátrico e tentou se matar após as agressões
PM foi acionada no dia em que soldado vítima das agressões teve surto psiquiátrico e tentou se matar após as agressões
Foto: Arquivo Pessoal

Após a internação para observação, o soldado foi afastado do Exército por 45 dias para tratamento psicológico e psiquiátrico. Atualmente, ele continua em tratamento, utilizando medicamentos para controlar ataques de pânico e ansiedade, segundo informações fornecidas por seu advogado.

O caso está sob segredo de justiça, e o advogado da vítima não teve acesso aos autos. "Essa atitude [da expulsão dos militares] era esperada, mas não é suficiente. O soldado sofreu lesões físicas e psicológicas graves, e o processo na Justiça Militar deve seguir seu curso. Medidas de prevenção precisam ser adotadas para evitar que casos como esse se repitam", afirmou Canhadas.

O advogado também destacou que o Exército tem prestado apoio à vítima, visitando-a diariamente e oferecendo todo o suporte necessário. No entanto, ele reforça a necessidade de garantir os direitos fundamentais do soldado, incluindo um tratamento digno e a possibilidade de retomar sua carreira militar, que sempre foi seu sonho.

Em nota, o Comando Militar do Sudeste informou ao Terra que, acerca do fato, o Inquérito Policial Militar (IPM) foi concluído e remetido para a Justiça Militar da União (JMU). Os militares envolvidos já foram expulsos das fileiras do Exército Brasileiro e responderão, como civis, ao processo judicial na JMU.

"O Exército Brasileiro repudia, veementemente, a prática de maus tratos ou qualquer ato que viole os direitos fundamentais do cidadão", acrescentou o posicionamento. 

Fonte: Redação Terra
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