Jovem que teria sido baleada por delegado não tinha vestígios de pólvora
Polícia de MG investiga se delegado atirou na cabeça de adolescente com quem teria um caso
A Polícia Civil de Minas Gerais informou nesta segunda-feira que a perícia constatou que não havia vestígios de pólvora nas mãos de uma adolescente de 17 anos que foi atingida por um tiro na cabeça no dia 14 de abril, em Ouro Preto (MG), a 100 quilômetros de Belo Horizonte. Um delegado de polícia é suspeito de ter atirado contra a jovem, com quem teria um relacionamento amoroso. O delegado Geraldo Toledo, que está preso, alega que a garota tentou cometer suicídio.
A adolescente segue internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, mas o estado de saúde dela não foi informado. Nesta segunda-feira, o padrasto e a mãe da adolescente se reuniram com a delegada Agueda Bueno, da Corregedoria da Polícia Civil, que investiga o caso. Eles receberam orientações sobre pedido de proteção do Estado, mas não formalizaram a solicitação por não considerarem necessário.
No último fim de semana, a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Paula Rafaela Maciel, 24 anos. A mulher seria ex-namorada e amiga do delegado Geraldo Toledo. Ele segue detido na Casa de Custódia da Polícia Civil, na capital mineira, sob prisão temporária determinada pela Justiça.
Jovem é baleada na cabeça e deixada em pronto-socorro
A adolescente de 17 anos recebeu um tiro na cabeça no dia 14 de abril, em uma estrada rural de Ouro Preto. Segundo a Polícia Militar, o delegado Geraldo Toledo foi visto por testemunhas discutindo com a jovem dentro de um carro.
Posteriormente, um veículo com as mesmas características foi visto deixando a adolescente, baleada na cabeça, em uma unidade de pronto-atendimento de Ouro Preto. De acordo com testemunhas, o homem que deixou a jovem na unidade não se identificou e disse que ela havia tentado se matar.
Segundo a Polícia Civil, o delegado Toledo já havia sido preso em 2011 por suspeita de fazer parte de uma quadrilha que roubava caminhões e falsificava documentos. Ele também havia sido denunciado, no mesmo ano, pelo Ministério Público (MP), por prevaricação.
O delegado Toledo ainda responde por outros crimes, como irregularidades no licenciamento de veículos quando era delegado em Betim, e também agressão contra a adolescente. O caso inicialmente foi apurado pela Delegacia Regional de Ouro Preto, mas, por determinação da chefia da Polícia Civil, foi encaminhado à Corregedoria-Geral.
