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Polícia

'Eu acredito nele', diz irmão de Gil Rugai sobre inocência do réu

Irmão descreve réu como "figurinha", mas descarta participação dele na morte do pai e da madrasta

20 fev 2013 - 20h45
(atualizado às 21h24)
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<p>Gil Rugai, acusado de matar o pai e a madrasta, foi defendido pelo irmão</p>
Gil Rugai, acusado de matar o pai e a madrasta, foi defendido pelo irmão
Foto: Alice Vergueiro / Agência Brasil

O irmão do publicitário Gil Rugai, 29 anos, acusado de ter matado a tiros o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitiño, afirmou, em depoimento na noite desta quarta-feira, que não acredita na participação dele no crime, que ocorreu em março de 2004, na zona oeste de São Paulo. Leo Grego Rugai, 27 anos, é a 11ª testemunha a depor no julgamento, que acontece desde a última segunda-feira no Fórum Criminal da Barra Funda. Embora afirme não saber quem possa ter matado seu pai, ele descartou a participação do irmão, a quem descreveu como "uma figurinha", ao ser questionado sobre seus comportamento "estranho".

"Ele me garantiu que não (não matou o pai e a madrasta). Ele me disse: 'não tem nada a ver, eu nem estava lá'. (...) Eu conheço ele. Eu acredito nele", disse Leo, que foi convocado como testemunha de defesa.

Leo também negou que ele e o irmão não se davam bem com Alessandra, que tinha um relacionamento com o pai deles havia cerca de 10 anos. Segundo a testemunha, tanto ele quanto Gil Rugai foram criados desde pequenos pela mãe, Maristela Grego - que acompanha o júri -, mas decidiram viver por um tempo com o casal na adolescência. Ele também disse desconhecer qualquer briga entre o irmão e o pai na véspera do crime, e minimizou o fato do acusado ter sido demitido da empresa da família meses antes. "Acho que era uma coisa comum (as demissões relatadas). Acho que ele fazia isso para o Gil aprender, quando errava alguma coisa", afirmou.

O irmão do réu admitiu que chegou a desconfiar de Gil Rugai quando ele foi preso, e disse ter ficado "aliviado" ao ser informado de que havia uma prova de que o irmão não estava na casa quando o pai foi morto. "(Desconfiei) Porque ele foi preso e falaram que tinham provas. (...) Foi um alívio quando descobriram uma prova de que ele não estava lá", disse, em referência a uma ligação telefônica feita pelo réu supostamente no momento dos assassinatos no prédio do escritório que estava montando na época.

Comportamento "estranho"

A defesa de Gil Rugai também questionou o irmão sobre o "comportamento estranho" dele, citando que a Polícia Civil encontrou, no quarto do réu, seringas com sangue e veneno de rato. Leo minimizou o tema e afirmou que, "tirados do contexto", os objetos pareciam estranhos, mas não eram "anormais" para quem conhecia Gil Rugai.

"O Gil é um pouco mais quietão. (...) Ele tem o jeito dele. Gostava de roupa social, de ir à igreja, mas não é nada de anormal. Ele era uma figurinha", afirmou Leo, provocando risos em Gil Rugai e na mãe deles.

Ao tentar explicar os objetos "estranhos" encontrados no quarto do irmão, Leo lembrou que Gil Rugai sempre quis ser médico, e destacou que ele e o irmão brincavam com armas de brinquedo "desde pequenos". Segundo a testemunha, o uso de armas na família era comum, sendo que ele próprio admitiu já ter possuído uma arma e relatou que seu pai guardava uma espingarda calibre 12.

"Qualquer coisa tirada do contexto fica um pouco estranha. (...) Mas ele não era nada estranho. Conhecendo o Gil, sabia que (os objetos encontrados) era normal", completou.

Uso de drogas e abraço no irmão

O depoimento de Leo Rugai terminou às 21h05, após a promotoria abdicar do direito de fazer perguntas à testemunha, tendo o irmão do réu respondido apenas a questionamentos do juiz e da defesa. O irmão de Gil Rugai foi questionado sobre o uso de drogas, já que, na época do crime, foi muito divulgado na imprensa de que ele havia sido usuário de cocaína na adolescência.

Leo afirmou que o episódio aconteceu quando ele tinha 17 anos, em um período em que foi morar com um amigo. Entretanto, ressaltou que a família, inclusive o irmão, o ajudaram a largar a droga.

O réu, que tem se mostrado bastante discreto ao longo dos três dias de julgamento, transpareceu maior comoção durante o depoimento do irmão. Após sorrir por mais de uma vez enquanto assistia à fala de Leo, Gil Rugai se levantou ao fim do depoimento e deu um abraço demorado no irmão, quando o auditório já se esvaziava.

Julgamento deve ir até sexta-feira

Previsto inicialmente para terminar nesta quarta-feira, o julgamento de Gil Rugai deve se estender até sexta-feira. A sessão de amanhã deve ser reservada para as duas últimas testemunhas do caso e o interrogatório do réu. A previsão é de que os debates entre defesa e acusação fiquem para a sexta-feira, antes da apresentação do veredito.

Fonte: Terra
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