Esquema de R$ 1,5 bilhão na mineração em MG é alvo de ação da PF e da CGU
Operação Rejeito cumpre mandados de prisão e bloqueia ativos de organização criminosa envolvida em crimes ambientais e lavagem de dinheiro
Operação Rejeito, da PF e CGU, investiga crimes no setor de mineração em Minas Gerais, com 22 prisões, bloqueio de R$ 1,5 bilhão e suspeita de fraude em licenças ambientais.
A Polícia Federal (PF) realiza a Operação Rejeito nesta quarta-feira, 17, com objetivo de desarticular uma organização criminosa resposável por crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro no setor da mineração. Ao todo, 22 pessoas salvo de mandados de prisão. Houve ordem de bloqueio de R$ 1,5 bilhão.
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A ação acontece em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal. Os crimes praticados pela organização criminosa tinham potencial para resultar em graves consequências ambientais e um alto risco de gerar desastres sociais e humanos, segundo as autoridades.
A PF cumpre 79 mandados de busca e apreensão, 22 de prisão preventiva, além do afastamento de servidores públicos, bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos e a suspensão de atividades das pessoas jurídicas investigadas. A decisão é da Justiça Federal em Minas Gerais.
O grupo operava corrompendo servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle ambiental e de mineração, para conseguir autorizações e licenças ambientais fraudulentas. Essas autorizações eram usadas para explorar irregularmente o minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, aumentando os riscos de grandes desastres.
A organização criminosa atuava para neutralizar a ação do Estado e monitorar autoridades, o que dificultou as investigações. A lavagem de dinheiro, obtido com as práticas ilícitas, também acontecia de diversas formas.
O lucro foi de cerca de R$ 1,5 bilhão através dos crimes. A investigação apontou ainda que havia projetos em andamento ligados à organização criminosa, com potencial de gerar mais de R$ 18 bilhões.
Os investigados podem responder por crimes ambientais, usurpação de bens da união, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraçamento à investigação de organização criminosa.