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Papa Francisco no Brasil

JMJ aproximou Papa do povo, mas Igreja precisa rever tabus, dizem jovens

Peregrinos comemoram estilo agregador do Papa Francisco, mas pedem revisão de posições polêmicas

28 jul 2013 - 15h17
(atualizado às 15h26)
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<p>O papa Francisco celebra a Missa do Envio diante de milhares de fiéis na praia de Copacabana</p>
O papa Francisco celebra a Missa do Envio diante de milhares de fiéis na praia de Copacabana
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Passada a euforia da visita do carismático papa Francisco ao Brasil, os jovens que acompanharam a Jornada Mundial da Juventude avaliam que a Igreja Católica entra em ascensão após anos de distanciamento entre o alto clero e os fiéis, desde a morte de João Paulo II até a renúncia de Bento XVI. Porém, a milenar instituição religiosa ainda precisa de uma revisão de tabus para trazer para si de forma intensa a juventude mundial contemporânea e eliminar um abismo de conceitos. Entre as mudanças pedidas estão principalmente as proibições ao uso de anticoncepcionais, à homossexualidade e ao uso de camisinha.

"Foi muito bom ele ter vindo para cá para reanimar a fé. É uma presença importante para todo mundo. Até certo ponto a Igreja estava distante e agora não está mais com essa participação da juventude, só que alguns conceitos devem ser revistos, como sobre o homossexualismo, por exemplo. Todos devem ter seu espaço para perguntar e participar", afirmou Leandro Vieira, de Cascavel (PR).

O mérito de Francisco entre a juventude católica que participou em peso da Jornada no Brasil - segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes, havia 3 milhões de pessoas em Copacabana - foi o jeito agregador e as palavras de incentivo para que todos deixem de lado o isolamento e participem ativamente da vida social do País, até mesmo na onda de protestos que ocorre desde junho nas ruas do Brasil.

"Jesus não chamou os apóstolos para viverem isolados, chamou-lhes para que formassem um grupo, uma comunidade. (...) Não sejam covardes, metam-se, saiam para a vida. Saiam às ruas como fez Jesus”, clamou o Pontífice, em tom enérgico.

"É um momento incrível, me sinto uma pessoa renovada. Foram palavras lindas para que sejamos melhores e tenhamos um futuro brilhante. Ele é um Papa que conquista as pessoas com muita facilidade e transmite amor de uma forma profunda. Acho que ele vai chamar as pessoas que estavam afastadas", opinou Camila de Oliveira Pimentel, de Teresópolis (RJ).

"Claro que temos de seguir as leis da Igreja, mas há coisas que já não são como antigamente, o mundo mudou. Por exemplo, o uso do anticoncepcional. Hoje ele é um bem para a sociedade. Os conceitos devem ser revistos e analisados, e a Igreja deve se adaptar a essa realidade", completou Camila.

Atrás dos discípulos

O lema da Jornada Mundial da Juventude – "Ide e fazei discípulos entre todas as nações" - foi realmente incorporado pelos peregrinos, que saíram do Rio de Janeiro afirmando que trabalharão pela conquista de novos discípulos em suas cidades.

"O Papa trouxe uma mensagem de fé e resgate das ovelhas, que estavam se sentindo, de certa forma, abandonadas. Estamos mais motivados a procurar Deus e transmitir isso aos demais", confirmou Alessandra de Carvalho Dutra. Ela entende que para o trabalho ser completo, os católicos terão de ceder.

"A Igreja precisa rever coisas, como todas as religiões, faz parte evoluir. As questões que envolvem o uso da camisinha e o aborto, por exemplo, são necessárias nesse sentido", salientou.

Jornada continua

No discurso de encerramento da Jornada Mundial da Juventude neste domingo, em Copacabana, Francisco não deixou de inserir o contexto social em suas palavras, pedindo aos jovens que levem Cristo a todos os ambientes.

"Até as periferias existenciais, incluindo a quem parece mais distante, mais indiferente", falou, pedindo que a união demonstrada por eles durante a JMJ não se perca a partir de amanhã. Ele desafiou ainda os jovens a partilhar a experiência vivida no Rio de Janeiro durante esses dias na volta para casa, dizendo que a missão não tem fronteiras nem limites.

"A experiência desse encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento e da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde", comparou, lembrando como exemplo de missão o beato José de Anchieta e citando o profeta Jeremias, que disse que não é preciso temer o desafio. "Alguém poderia pensar que não está preparado. Mas Deus responde: não tenham medo, pois estou contigo para te defender."

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Papa Francisco no Brasil

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013 foi realizada entre os dias 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro. O evento, organizado a cada dois ou três anos, promove um encontro internacional de jovens católicos com o Papa. Esta edição da JMJ reuniu mais de 3 milhões de pessoas, entre elas peregrinos de 175 países. A JMJ 2013 marcou também a primeira visita internacional do papa Francisco desde sua nomeação como líder máximo da Igreja Católica, em 13 de março deste ano. A próxima edição do evento será realizada em 2016, em Cracóvia, na Polônia.

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Fonte: Terra
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