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Operação prende milicianos suspeitos no caso Marielle

Organização criminosa atuava em Rio das Pedras, Muzema e adjacências, todas no Rio de Janeiro

22 jan 2019 - 10h37
(atualizado às 10h51)
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) desencadeou na manhã desta terça-feira (22) uma operação para prender 13 integrantes de organização criminosa que atua em Rio das Pedras, Muzema e adjacências, todas no Rio de Janeiro. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência, da Draco e da Core/Polícia Civil. Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão.

Segundo o jornal O Globo, pelo menos cinco pessoas já haviam sido presas até às 8h20. Ainda de acordo com o jornal, eles são suspeitos de terem participação nos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. Dois dos alvos foram homenageados pelo senador eleito Flávio Bolsonaro em 2003 e 2004.

Movimentação na sede da Polícia Civil, no Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta terça-feira (22), durante operação contra milícia que age em grilagem de terras. Equipes estão em endereços nas comunidades de Rio das Pedras e da Muzema e em condomínios da Zona Oeste. Associação de moradores, segundo a denúncia, concentrava o negócio imobiliário criminoso
Movimentação na sede da Polícia Civil, no Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta terça-feira (22), durante operação contra milícia que age em grilagem de terras. Equipes estão em endereços nas comunidades de Rio das Pedras e da Muzema e em condomínios da Zona Oeste. Associação de moradores, segundo a denúncia, concentrava o negócio imobiliário criminoso
Foto: jose lucena / Futura Press

Entre os presos está um major da Polícia Militar; o tenente reformado também da PM Maurício Silva da Costa, o Maurição, que seria o chefe do grupo de milicianos, posto que dividia com o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães.

Segundo nota do MPRJ, as investigações, realizadas por meio de escutas telefônicas e notícias de crimes, recebidas pelo canal Disque Denúncia, "evidenciam que os denunciados estão envolvidos em atividades de grilagem, construção, venda e locação ilegais de imóveis; receptação de carga roubada; posse e porte ilegal de arma; e extorsão de moradores e comerciantes, mediante cobrança de taxas referentes a 'serviços' prestados.

Eles são acusados, ainda, de ocultação de bens adquiridos com os proventos das atividades ilícitas, por meio de 'laranjas'; falsificação de documentos; pagamento de propina a agentes públicos; agiotagem; utilização de ligações clandestinas de água e energia; uso da força como meio de intimidação e demonstração de poder, para manutenção do domínio territorial na região de Jacarepaguá.

Segundo ainda o Ministério Público, foram denunciados Ronald Paulo Alves Pereira (conhecido como major Ronald); Marcus Vinicius Reis dos Santos (Fininho); Manoel de Brito Batista (o Cabelo); Júlio Cesar Veloso Serra; Daniel Alves de Souza; Laerte Silva de Lima; Gerardo Alves Mascarenhas (conhecido como Pirata); Benedito Aurélio Ferreira Carvalho (o Aurélio); Jorge Alberto Moreth (Beto Bomba), Fabiano Cordeiro Ferreira (Mágico) e Fábio Campelo Lima.

Ronald Paulo Alves Pereira, major da PM, chega à sede da Polícia Civil, no Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta terça-feira (22), após ser preso em operação contra milícia que age em grilagem de terras
Ronald Paulo Alves Pereira, major da PM, chega à sede da Polícia Civil, no Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta terça-feira (22), após ser preso em operação contra milícia que age em grilagem de terras
Foto: jose lucena / Futura Press

Apuração

O MPRJ informou que "as relações estabelecidas entre os criminosos e a natureza das funções desempenhadas por cada um deles na hierarquia da organização, tais como segurança (ou braço armado), agente de cobrança de taxas, lavagem de dinheiro (na figura de laranjas), agiotagem e forte atuação no ramo ilegal imobiliário".

A denúncia indica que o Capitão Adriano, o Major Ronald e o tenente reformado da PM Maurício Silva da Costa são os líderes da organização. Já Jorge Alberto Moreth (o Beto Bomba) é presidente da Associação de Moradores de Rio das Pedras, cargo que, segundo o MP, "foi conquistado a partir de ameaças e uso de força, sendo exatamente nesta organização social onde se consolidam as transações de compra e venda dos imóveis construídos ilegalmente e a manipulação de documentos necessários à concretização de operações ilícitas".

Homicídios

As informações divulgadas pelo Ministério Público sustentam que alguns dos integrantes do grupo também respondem pelo homicídio de Júlio de Araújo, em 24 de setembro de 2015. Araújo foi executado a queima roupa com disparos de arma de fogo desferido em sua cabeça, no que o MP acredita ter sido um crime de queima de arquivo.

Na denúncia, o MPRJ requer a condenação dos denunciados, incursos, com variações conforme a atuação de cada um, em penas que vão desde acusações de promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa, com pena de reclusão de três a oito anos, e multa; até acusações de assassinatos.

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