PUBLICIDADE

'No vermelho', grupo do panelaço venderá cornetas a R$ 199

Líder do Revoltados Online afirma que vai lançar "Kit Cornetaço" para superar dificuldades financeiras

6 mai 2015 - 18h11
(atualizado às 19h35)
Compartilhar
Exibir comentários

Um dos principais organizadores do panelaço promovido na terça-feira durante o programa do PT na televisão pretende financiar suas atividades políticas por meio de um kit de cornetas - a ideia é vendê-lo a R$ 199.

A meta de Marcello Reis, líder do Revoltados Online - página com quase 800 mil seguidores no Facebook - é pegar carona no barulho das panelas e lançar até o fim desta semana o que chama de "Kit Cornetaço", com três cornetas (tamanhos P, M e G), duas bandeiras, 13 adesivos e uma camisa.

Siga o Terra Notícias no Twitter

À BBC Brasil, Reis creditou a iniciativa a dificuldades financeiras. "Hoje a gente está no vermelho, por isso vem o kit para tapar o buraco", disse, por telefone.

Ele se resume a informar que as dívidas vêm do aluguel de carros de som para protestos antigoverno ("custam no mínimo R$ 5 mil, mas no último pagamos R$ 10 mil em um mais potente") e de "gastos administrativos".

Questionado sobre quanto arrecadou desde o fim do ano passado até hoje por meio de pedidos de doações e com a venda online de produtos, Reis prometeu enviar sua contabilidade à reportagem - o que não aconteceu até o horário de fechamento desta matéria.

Os Revoltados Online publicam até cem postagens críticas ao governo por dia nas redes sociais, além de correntes por meio de aplicativos para celulares, como o WhatsApp. O grupo de Reis também paga por visibilidade no Facebook, com posts patrocinados.

Autointitulado "apartidário", o grupo é o mesmo que comercializa "Kits Impeachment" - conjuntos de camisa polo, boné e adesivos vendidos a R$ 175 -, alvos de críticas e piadas nas redes socais no início do ano.

Kit criado pelo grupo Revoltados Online e vendido na internet
Kit criado pelo grupo Revoltados Online e vendido na internet
Foto: Reprodução

"Não comprem o kit impeachment! Comprem um livro de História!", postou uma professora no Twitter. "Faz sentido vender kit contra a corrupção sem nota fiscal?", questionou outro internauta.

Protagonismo

Em março deste ano, Reis afirmou à BBC Brasil que partiu dele a iniciativa do primeiro panelaço organizado contra Dilma Rousseff no Dia Internacional da Mulher.

No mesmo dia, entretanto, a afirmação foi questionada à reportagem por outros grupos que disputam protagonismo antigovernista, como o Vem pra Rua e o Movimento Brasil Livre.

Na noite de terça-feira, um novo panelaço foi promovido durante a transmissão de um programa do PT na TV aberta. Propagandeado por páginas na internet e por políticos de oposição, o barulho de panelas foi ouvido, segundo o jornal Folha de S.Paulo, em "bairros de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Recife".

Reis diz estimular seus seguidores a não escutarem pronunciamentos petistas e afirma que panelaços devem ocorrer independentemente do que a presidente ou outros membros do Partido dos Trabalhadores disserem em rede nacional. Seu argumento é amplo: "É tudo mentira".

O programa do PT durou 10 minutos e apresentou discursos de Lula e de Rui Falcão, presidente da legenda - Dilma Rousseff não apareceu. Os petistas criticaram o projeto de terceirização que tramita no Congresso e defenderam o combate à corrupção.

Em sua fala, Falcão anunciou que todos os petistas que comprovadamente forem condenados por corrupção serão expulsos da legenda. O comentário gerou surpresa, já que o procedimento não ocorreu após o julgamento do mensalão.

Enquanto colheres martelavam panelas em dezenas de cidades, manifestações favoráveis ao governo federal predominaram no Twitter. A hashtag petista #TonaLutaPeloBrasil alcançou o topo dos assuntos mais comentados na rede social na noite dos pronunciamentos.

BBC News Brasil BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade