PUBLICIDADE

Itamaraty ouve hoje diplomata envolvido em fuga de senador boliviano

26 ago 2013 - 15h36
(atualizado às 15h36)
Compartilhar
Exibir comentários

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) ouve nesta segunda-feira o diplomata Eduardo Saboia, apontado como principal responsável pela retirada do senador Roger Pinto Molina, 53 anos, da capital boliviana, La Paz, e o transporte para o Brasil. Ao longo da manhã, houve reuniões conduzidas pelo secretário-geral do Itamaraty, embaixador Eduardo dos Santos, que deverá conversar com Saboia na tarde desta segunda-feira.

O clima no Itamaraty é de tensão, pois é a primeira vez na história recente que, em uma carreira guiada pela disciplina e hierarquia, um profissional tem sua conduta investigada por supostamente não seguir orientações de superiores, em uma questão envolvendo dois Estados - Brasil e Bolívia.

Após nota divulgada pelo Itamaraty informando que o Ministério das Relações Exteriores abrirá inquérito e tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis, o assunto é tratado com o máximo de sigilo pelos diplomatas. A ideia é que Saboia chegue ao ministério de forma discreta, sem chamar a atenção da imprensa, para evitar entrevistas.

Com mais de 20 anos de carreira, Saboia é apontado como um profissional disciplinado, competente e dedicado. No entanto, desde que assumiu como encarregado de negócios (substituto temporário do embaixador) na Bolívia, há dois meses, Saboia reitera ao Itamaraty as dificuldades vividas por Pinto Molina, que ficou 455 dias abrigado na representação diplomática.

Saboia esteve duas vezes em Brasília relatando que o senador boliviano sofria de depressão e estava com problemas renais. Na última ocasião em que esteve no Itamaraty, o diplomata pediu para ser removido (deixar o posto) de La Paz para outro posto no exterior ou mesmo no Brasil.

No Itamaraty, os diplomatas não informam ao certo como será um eventual inquérito envolvendo Saboia. As punições, em geral, vão desde uma simples advertência oral até a exoneração da carreira profissional. Porém, há os defensores de uma sanção intermediária que é a da suspensão (provisória) da carreira, considerando que seus antecedentes são todos positivos e que tem um histórico de bons serviços prestados.

Agência Brasil Agência Brasil
Compartilhar
Publicidade
Publicidade