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Em nova polêmica, Bolsonaro usa fake news contra imprensa

Presidente publicou texto atribuído falsamente a jornalista

11 mar 2019 - 18h37
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O presidente Jair Bolsonaro está envolvido em mais um polêmica em decorrência de suas publicações no Twitter. Uma acusação falsa publicada pelo site "Terça Livre" contra uma jornalista do "O Estado de S. Paulo" e compartilhada pelo mandatário foi desmentida neste domingo (10).

Em nova polêmica, Bolsonaro usa fake news contra imprensa
Em nova polêmica, Bolsonaro usa fake news contra imprensa
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    O "Terça Livre", ligado a ativistas conservadores e simpatizantes de Bolsonaro, revelou trechos de uma conversa telefônica da jornalista Constança Rezende, do "Estado" no Rio de Janeiro, na qual falsamente relata que a repórter teria expressado sua "intenção" de "arruinar Flávio Bolsonaro e o governo".

    O conteúdo diz respeito à cobertura jornalística sobre as movimentações suspeitas do ex-assessor do filho do presidente, Fabrício Queiroz. No entanto, o vídeo é uma edição e contém informação falsa. De acordo com a publicação, a suposta declaração de Constança teria sido denunciada por um jornalista francês. Em sua conta no Twitter, Bolsonaro ainda lembrou que ela é filha do também jornalista Chico Otavio, funcionário do "Globo".

    "Constança Rezende, do 'O Estado de SP' diz querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o Impeachment do Presidente Jair Bolsonaro. Ela é filha de Chico Otavio, profissional do 'O Globo'. Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos", escreveu. Em resposta às acusações, Constança afirmou que a gravação faz parte de uma conversa que ela teve com um suposto estudante no dia 23 de janeiro. Identificado como Alex MacAllister, ele estaria interessado em fazer uma análise comparativa entre Bolsonaro e Donald Trump. Ainda segundo o "Estado", a jornalista não fala em "intenção" de arruinar o presidente ou governo. Além disso, o jornal publicou uma matéria sob o título: "Site bolsonarista distorce entrevista de repórter do Estado e promove desinformação".

    Desde manhã, o assunto está entre os Trending Topics do Twitter acompanhado com a hashtag #BolsonaroéFakeNews. Para a Ordem dos Avogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a publicação de Bolsonaro demonstra seu "descompromisso com a veracidade dos fatos". Além disso, é uma forma de usar sua posição como presidente para tentar "intimidar veículos de mídia e jornalistas".

    Após a polêmica, o governo anunciou o ex-chefe da assessoria de imprensa do Exército, o coronel Didio Pereira de Campos, no comando da estrutura "Comunicação Global" responsável pelas mídias digitais e pela comunicação oficial do Palácio do Planalto.

    A decisão foi publicada hoje no Diário Oficial da União em despacho assinado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A mudança ocorre poucos dias depois do presidente também compartilhar um vídeo com imagens obscenas, filmado durante o Carnaval de rua.

Ansa - Brasil   
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