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COP30 é 'aposta incerta de Lula' para preservar a Amazônia, diz Le Monde

Belém recebe, a partir desta quinta-feira (6), a cúpula de líderes da COP30. O evento antecede a Conferência do Clima da ONU, que começa oficialmente na segunda-feira (10). A luta para salvar o clima está ameaçada por divisões, tensões internacionais e pelo recuo dos Estados Unidos. Os desafios da COP30 em Belém são analisados pela imprensa francesa, que destaca o ativismo do presidente Lula em favor de ações concretas contra as mudanças climáticas e o desmatamento da Amazônia.

6 nov 2025 - 09h59
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Belém recebe, a partir desta quinta-feira (6), a cúpula de líderes da COP30. O evento antecede a Conferência do Clima da ONU, que começa oficialmente na segunda-feira (10). A luta para salvar o clima está ameaçada por divisões, tensões internacionais e pelo recuo dos Estados Unidos. Os desafios da COP30 em Belém são analisados pela imprensa francesa, que destaca o ativismo do presidente Lula em favor de ações concretas contra as mudanças climáticas e o desmatamento da Amazônia.

O símbolo da COP30 em frenta ao Parque da Cidade, que vai receber a cúpula dos líderes a partir desta quinta-feira, 6 de novembro de 2025, em Belém.
O símbolo da COP30 em frenta ao Parque da Cidade, que vai receber a cúpula dos líderes a partir desta quinta-feira, 6 de novembro de 2025, em Belém.
Foto: © Géraud Bosman-Delzons/RFI / RFI

Cerca de 50 chefes de Estado e de governo atenderam ao convite do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para participar da cúpula da COP30. Em manchete de capa, a edição do Le Monde desta quinta-feira afirma que "a batalha climática está em perigo". A COP30 em Belém é "a aposta incerta" de Lula para preservar a Amazônia, degradada e agonizante, e colocar a floresta no centro das negociações climáticas, escreve o correspondente do jornal no Brasil.

Apesar dos esforços do presidente brasileiro, que prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2030, a destruição da floresta tropical voltou a crescer. O governo petista reduziu pela metade o desmatamento em relação ao governo Bolsonaro, mas quase 4.500 km² foram derrubados no último ano, o que representa 4% a mais que no período anterior. E o fim do desmatamento não garante a proteção da floresta, que sofre com os efeitos do aquecimento global. As medidas para salvar a Amazônia e o planeta, no centro das negociações em Belém, são urgentes e profundas, avalia o diário.

Dez anos do Acordo de Paris

Também em matéria de capa, o jornal católico La Croix afirma ser preciso, apesar de tudo, "acreditar no sucesso da COP30", que antes da abertura oficial na segunda-feira será precedida por uma cúpula com 60 chefes de Estado nesta quinta. O encontro marca os 10 anos do Acordo de Paris, mas revela um processo lento e falta de ambição: apenas 69 países apresentaram novas metas climáticas, garantindo uma redução de apenas 4% das emissões até 2035, muito abaixo do necessário. Lula quer transformar esta COP na "COP da implementação", com foco em ações concretas e em uma "agenda da ação" para criar coalizões, aponta o jornal católico.

Para o Les Échos, o presidente do Brasil quer mostrar que o multilateralismo ainda funciona. Lula transforma Belém, porta da Amazônia, em símbolo da luta contra o desmatamento. Porém, o jornal alerta para o "efeito Trump": "É necessário passar do discurso aos atos, apesar da ausência dos Estados Unidos" que não enviarão nenhuma delegação oficial a Belém.

O Le Figaro diz que a Amazônia, degradada, deixou de ser o pulmão do mundo. Por isso, segundo o jornal conservador, o Brasil "recebe a COP da ação". O diário entrevistou Laurent Fabius, presidente da COP21, que fechou o ambicioso Acordo de Paris. Segundo ele, as Conferências do Clima da ONU podem ser contestadas, mas são insubstituíveis. O ex-primeiro-ministro francês foi convidado pelo Brasil para presidir o grupo dos ex-presidentes das COPs em Belém. Como Lula, ele defende o multilateralismo e pede mais ação na luta contra o aquecimento global.

Plano de metas climáticas da UE

O Libération, como outros diários, lembra que a União Europeia conseguiu, com muito custo, fechar um acordo sobre a meta de redução de emissões do bloco poucas horas antes da abertura da COP30. O jornal progressista ressalta o papel do secretário-geral da ONU, o português António Guterres, nas negociações. À frente das Nações Unidas desde 2017, Guterres tem um estilo único e engajado, que destoa no meio político. Com frases de impacto, ele alerta sobre a falta de ação na luta contra as mudanças climáticas, em um discurso que visa não somente os líderes e negociadores da COP30, mas também a opinião pública mundial.

A escolha de Belém gerou polêmica devido às infraestruturas limitadas da cidade, lembram alguns jornais. Os preços exorbitantes de hospedagem complicaram a participação de pequenas delegações e ONGs, a ponto de o Brasil ter que encontrar recursos para hospedar gratuitamente delegados dos países mais pobres em dois navios de cruzeiro fretados.

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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