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SP: centrais encerram atos e convocam reunião para planejar nova greve

Sindicatos querem dar um mês para Dilma Rousseff tomar uma atitude em relação às reivindicações

11 jul 2013 - 16h24
(atualizado às 19h39)
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A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e as diversas forças sindicais que se mobilizaram na Greve Geral desta quinta-feira, em São Paulo, encerraram a manifestação na avenida Paulista por volta das 15h. Apesar disso, o protesto em uma das principais vias da capital paulista prosseguiu rumo a praça Ramos, no centro da cidade, com milhares de manifestantes. A Polícia Militar estimou que 7 mil pessoas estiveram na Paulista, mas alguns sindicatos totalizaram 20 mil manifestantes.

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/brasil/infograficos/greve-geral/" href="http://noticias.terra.com.br/brasil/infograficos/greve-geral/">Greve Geral</a>

No momento do encerramento, as lideranças sindicais convocaram uma reunião para esta sexta-feira às 10h na sede da Força Sindical em São Paulo, com as centrais que estavam presentes na manifestação desta quinta, para decidir se uma nova greve será realizada em agosto. Além disso, a ideia da reunião é também avaliar os efeitos da Greve Geral de hoje.

Segundo o presidente da Força Sindical, Paulinho da Força, um dos líderes do movimento, os sindicatos darão um prazo de um mês para que o governo Dilma Rousseff se pronuncie sobre duas das principais reivindicações: o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

Com a união de sindicatos de dezenas de classes, como professores, motoboys, bancários e comerciários, a manifestação lembrou muito a comemoração do 1º de maio, em que é comemorado o Dia do Trabalhador em todo Brasil. Além disso, parte do comércio preferiu fechar as portas na avenida Paulista, assim como cerca de 60 agências bancárias.

O protesto foi marcado também por críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff, principalmente em relação ao desempenho econômico do País. Partidos de esquerda como PCO, PCdoB, PSTU e Psol estiveram no evento com suas bandeiras e críticas contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Baixa adesão de petistas

A decepção ficou por conta da presença da militância do PT. A presidência municipal do partido havia convocado seu eleitorado para participar do ato na Paulista, mas o número de pessoas presentes na manifestação foi baixo. Edinho Silva, presidente estadual do PT, minimizou a baixa adesão e disse que a legenda apoia o movimento. Porém, afirmou que não é possível tomar medidas “sem analisar a conjuntura mundial da economia”, defendendo a presidente Dilma.

“A orientação era para que não houvesse uma ação ostensiva do PT, para que o partido não tivesse mais visual no ato do que as centrais”, disse o presidente estadual petista.

Para CUT, ato foi satisfatório

O líder da CUT, Vagner Freitas, se mostrou satisfeito com a adesão sindical e comemorou o ato como sendo “vitorioso”. “As centrais mostraram uma unidade. Vamos valorizar essa adesão porque é muito difícil fazer uma manifestação como essa. Não temos a facilidade que outros movimentos tiveram, pela aceitação da mídia e pelo horário do ato”, disse.

Freitas afirmou que a expectativa é “sensibilizar” o governo com as reivindicações. “O Congresso Nacional e o governo precisam ouvir os trabalhadores e o que está acontecendo aqui. Eles têm responsabilidades com esse trabalhador e têm que levar em consideração nossas pautas”, completou.

Greve geral
Milhões de trabalhadores prometem cruzar os braços e paralisar serviços fundamentais como bancos, indústria, obras, transporte público e construção civil em várias cidades. Entre as entidades que aderiram a paralisação nacional estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). 

Chamado pelos sindicatos de greve geral, o movimento - que pegou carona na onda de protestos que atingiu diversas cidades brasileiras em junho - é o quarto desse tipo em 190 anos, desde a Independência (7 de setembro de 1822). Em 2013, a novidade é a unificação dos sindicatos e movimentos sociais em uma pauta que cobra o avanço do Brasil. 

Veja a lista divulgada pela Força Sindical das cidades que devem participar do dia de paralisações:

ESTADO CIDADES
Amazonas Manaus
Alagoas Maceió
Bahia Salvador, Itabuna, Alagoinhas, Brumado, Caetité, Jequié, Camaçari, Nazaré, São Roque e Itabuna
Ceará Fortaleza
Distrito Federal Brasília
Espírito Santo Vitória
Goiás Catalão e Anápolis
Mato Grosso Cuiabá
Mato Grosso do Sul Campo Grande
Minas Gerais Belo Horizonte e Ipatinga
Pará Belém
Paraná Curitiba
Pernambuco Recife
Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Volta Redonda e Resende
Rio Grande do Norte Natal
Rio Grande do Sul Porto Alegre e Região Metropolitana
Santa Catarina Florianópolis, Criciúma, Itajaí e Chapecó
São Paulo São Paulo, Osasco, Santo André, Guarulhos, São Caetano, Santos, Barretos, Marília, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Franca, Santos, Sorocaba, São José dos Campos, Lorena, Araçatuba, entre outras.
Sergipe Aracaju

Colaborou com esta notícia a internauta Thaís Nozue, de São Paulo (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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