Seguranças são investigados por torturar homem flagrado tentando furtar carne em supermercado em SC
Após a abordagem, o suspeito pela tentativa de furto foi levado para uma sala do estabelecimento, onde teria sido espancado
Seguranças de um supermercado em Florianópolis são investigados por suposta tortura a um homem flagrado tentando furtar carne; a rede nega irregularidades, mas afastou os envolvidos e colabora com as investigações.
Seguranças de uma rede de supermercados no bairro Trindade, em Florianópolis, são suspeitos de torturar um homem após flagrá-lo tentando furtar três pacotes de carne. A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da 5ª Delegacia da Capital, cumpriu na tarde de terça-feira, 18, um mandado de busca e apreensão na unidade onde a agressão ocorreu.
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Segundo a investigação, o homem foi preso em flagrante por volta das 10h30 do dia 16 de novembro, quando tentava furtar três pacotes de carne do supermercado. Após a abordagem, ele foi levado para uma sala do estabelecimento, onde teria sido espancado. Somente depois disso a Polícia Militar teria sido acionada.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito do furto precisou ser atendido em dois hospitais de Florianópolis devido à gravidade das lesões e à necessidade de exames complementares, sendo apresentando à delegacia apenas durante a noite.
Em interrogatório, ele relatou as agressões sofridas, afirmando que teve o braço quebrado e identificando os seguranças do supermercado como autores. O delegado plantonista comunicou imediatamente o fato à delegacia responsável pela área do estabelecimento.
Na audiência de custódia, realizada no dia seguinte, o homem teve a prisão preventiva decretada e, ao ser ouvido pela juíza de Direito e por um representante do Ministério Público, confirmou novamente que havia sido agredido pelos seguranças.
Diante do relato, o promotor de Justiça solicitou a expedição de mandados de busca e apreensão no supermercado, pedido que foi prontamente deferido. A medida foi cumprida por policiais da 5ª Delegacia da Capital, que apreenderam as imagens do circuito interno.
O local onde a vítima teria sido levada também passou por perícia realizada pela Polícia Científica, que acompanhou a diligência. Segundo a Polícia Civil, a investigação segue agora para a fase de análise das imagens, elaboração de laudos e oitivas, podendo haver novas diligências conforme a necessidade.
Rede afirma que seguranças seguiram protocolo
Em nota, a Rede Angeloni, responsável pelo supermercado onde ocorreu a agressão, afirmou que a equipe de segurança atuou conforme o protocolo interno de abordagem após identificar o furto de mercadorias.
"Durante o procedimento, o indivíduo abordado tornou-se agressivo, o que exigiu dos seguranças medidas de contenção para evitar risco aos colaboradores e demais clientes. A empresa reforça que orienta suas equipes a atuarem exclusivamente dentro dos limites legais, priorizando sempre a integridade física de todos os envolvidos", alegou no posicionamento.
Ainda segundo a rede, diante das imagens divulgadas e dos desdobramentos do caso, o Angeloni determinou a apuração imediata dos fatos e o afastamento preventivo dos profissionais envolvidos até que todas as circunstâncias sejam esclarecidas.
"O Angeloni repudia qualquer excesso ou conduta que extrapole procedimentos adequados e reafirma seu compromisso com a segurança, o respeito e a legalidade em todas as suas ações. A empresa está colaborando integralmente com as investigações conduzidas pela Polícia Civil, fornecendo todas as informações necessárias às autoridades competentes", acrescentou.