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RJ: moradores do 'Minha Casa, Minha Vida' são atingidos por enchente

19 mar 2013 - 14h27
(atualizado às 18h23)
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Moradores do condomínio Santa Helena foram atingidos pela enchente em Duque de Caxias
Moradores do condomínio Santa Helena foram atingidos pela enchente em Duque de Caxias
Foto: André Naddeo / Terra

Moradores do programa do governo federal "Minha Casa, Minha Vida", em Duque de Caxias (RJ), na Baixada Fluminense, reclamam das condições dos condomínios Santa Helena e Santa Lúcia, no bairro de Santa Cruz da Serra, para onde muitos foram levados justamente por terem ficado sem um teto após enchentes anteriores. 

Na madrugada da última segunda-feira, o temporal que atingiu a região causou o transbordamento do rio Saracuruna, dentre outros do município, e atingiu cerca de 600 pessoas, além de ter deixado 200 desabrigadas. Muitos destes residentes dos condomínios da Caixa Econômica Federal. 

"Prometeram moradia digna para gente, que não teríamos mais problema com enchente, e acontece uma coisa dessas", indignou-se a dona de casa Andrelina de Oliveira, 36 anos, que possui uma casa de dois cômodos no conjunto Santa Helena. "Acordei com a vizinha gritando, e quando olhei para o chão a água já estava subindo", recordou.

Joana Souza, 45 anos, cuidadora de idosos, também se exaltava diante do prefeito Alexandre Cardoso, que visitava um dos três abrigos do município, todos em igrejas, onde estão os quase 200 desalojados. "Minha casa está nojenta, não consegui salvar nada", chorou. 

Quem também não conteve as lágrimas foi a comeciante Luciana Freire, 43 anos, que lamentava o fato de que "eu peguei empréstimo de R$ 6 mil para fazer um muro da minha casa. Aí o muro cai, eu perco o dinheiro, e ainda perco minha geladeira, sofá, todos os meus documentos. Estou só com a roupa do corpo", disse. 

Os moradores contestam o fato de a região ser área passível de enchente, uma vez que um dos ideiais do programa federal é justamente dar moradia alternativa para retirar as pessoas que vivem em áreas de risco. Além disso, reclamam que não existe água potável no local e que algumas casas já apresentam rachaduras. 

O prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (PSB), explicou para o Terra que "já solicitou uma reunião com a Caixa Econômica Federal para averiguar a condição dos dois condomínios". No total, são 192 residências populares nos dois locais.

Em nota, a Caixa informou que os condomínios Santa Lúcia e Santa Helena possuem 194 e 195 unidades habitacionais, respectivamente, e que os dois empreendimentos tiveram os projetos de água e esgoto desenvolvidos em acordo com Normas Técnicas e foram aprovados pela Cedae. "Após alguns meses da entrega dos empreendimentos, foram recebidas reclamações de moradores relatando a interrupção do fornecimento de água pela Cedae. A interrupção deve-se a problemas operacionais da companhia que passou a mandar carros pipa para realizar o abastecimento. A Caixa está buscando junto à Cedae solução para o problema verificado", diz a nota.

A Caixa também afirmou que os dois condomínios não estão situados em área de alagamento e foram executados obedecendo à cota mínima determinada pelo órgão ambiental estadual. "Ocorre que o município de Duque de Caxias vem sofrendo nestes últimos meses problemas decorrentes das chuvas torrenciais, a situação de localização na base da serra de Petrópolis e o açoreamento dos rios e córregos. As inundações vêm ocorrendo em diversas regiões da cidade. Os empreendimentos não  estão situados em região sujeitas a alagamento e tiveram os projetos de implantação aprovados pela municipalidade. A área não tem restrição de uso e atendeu às condições técnicas exigidas pelo Programa, pela prefeitura local e pelo órgão de meio ambiente."

Fonte: Terra
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