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RJ: Marcha da Família tem baixa participação e pancadaria

22 mar 2014 - 20h05
(atualizado às 21h22)
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<p>Os manifestantes da marcha da fam&iacute;lia e um grupo contr&aacute;rio ao protesto&nbsp;passaram a se enfrentar, sendo dispersados pela PM, que usou balas de borracha e cassetetes<b> </b></p>
Os manifestantes da marcha da família e um grupo contrário ao protesto passaram a se enfrentar, sendo dispersados pela PM, que usou balas de borracha e cassetetes
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Convocada via internet, a reedição da Marcha pela Família com Deus pela Liberdade levou cerca de 150 pessoas ao centro do Rio de Janeiro neste sábado e terminou em pancadaria quando o grupo, que caminhou da igreja da Candelária até a sede do Exército, encontrou um ato contrário ao protesto. 

De um lado, pessoas com o rosto camuflado se misturavam a idosos com bandeiras do Brasil nas costas e jovens carregando cartazes pedindo a intervenção militar no Brasil e gritando “terroristas”; do outro, cerca de 100 pessoas com bandeiras vermelhas, negras e com cores do arco-íris bradando contra a marcha, chamando os participantes de “fascistas”. 

A Polícia Militar interveio, formando um cordão de isolamento entre os dois protestos, até que um homem da Marcha pela Família furou o bloqueio e investiu contra os manifestantes do outro lado, levando uma série de bandeiradas na cabeça. Os dois grupos passaram a se enfrentar, sendo dispersados pela PM, que usou balas de borracha e cassetetes. 

Joacílio Ramos, 68 anos, pai de um dos organizadores da marcha e que participou do ato original, há 50 anos, quando cerca de 1 milhão de pessoas saíram às ruas do Brasil numa série de protestos contra o que consideravam a ameaça comunista no governo do presidente João Goulart, atribui a baixa adesão à manifestação ao medo da reação da esquerda. 

Para ele, a defesa de uma intervenção militar não é sinônimo de ditadura. “Não queremos uma ditadura, mas que os militares retornem e chamem novas eleições”, afirmou. Questionado sobre a possibilidade de um novo pleito resultar na mesma configuração política atual, ele não soube responder, e disse apenas que espera que a população mude a sua forma de votar. “As pessoas estão votando com a barriga”, afirmou.

O militar da reserva Emílio Alarcone, 35 anos, responsável pela criação de um dos eventos que convocaram a marcha pelo Facebook, admitiu que era muito jovem durante a vigência da ditadura, mas defende que o atual governo não se trata de uma democracia. “O que a democracia fez de bom? Eles só roubam. Sou obrigado a votar!”, afirmou. Para Alarcane, o Brasil não viveu uma ditadura, mas um regime democrático militar, uma vez que “tínhamos eleições”. 

Em comum, as duas marchas de hoje tinham o desgosto pelo governo atual e os gritos de fora Dilma. Depois da confusão, a Marcha pela Família com Deus e pela Liberdade se dispersou, e um pequeno grupo do ato contrário se manteve em frente ao local. Alguns black blocs chegaram a queimar uma bandeira do Brasil em protesto. 

A PM, que acompanhou a manifestação com cerca de 150 policias, quase o mesmo número de manifestantes, sorria ao longo da marcha, demonstrando apreço aos gritos favoráveis aos militares.

Fonte: Terra
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