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Professora que imobilizou autor de ataque em escola desabafa: "Confusão de sentimentos"

A educadora física Cinthia Barbosa participou do velório de Elisabeth Tenreiro, 71, morta a facadas por estudante na segunda-feira, 27

28 mar 2023 - 16h44
(atualizado às 17h11)
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A professora de educação física Cinthia Barbosa no cemitério do Araçá, em São Paulo
A professora de educação física Cinthia Barbosa no cemitério do Araçá, em São Paulo
Foto: BRUNO ESCOLASTICO / Estadão

Vista como heroína, a professora de educação física Cinthia Barbosa esteve no velório da docente Elisabeth Tenreiro, 71, morta a facadas no ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo. A educadora imobilizou o autor dos ataques, um estudante de 13 anos, impedindo que ele ferisse mais pessoas.

Além da professora morta, o adolescente deixou outras quatro vítimas, três delas professoras da unidade. O autor doo ataque foi internado na Fundação Casa do Brás, na região central, na noite de segunda-feira, 27. 

Cinthia conversou rapidamente com a imprensa, ao chegar no velório de Elisabeth, no Cemitério do Araçá, na zona oeste da capital. Ela disse que vive  "uma confusão de sentimentos" e que, assim como outros colegas, está muito comovida.

"As emoções estão bem afloradas. Isso que estou sentindo agora eu vou expressar ali dentro [no velório]", contou ao jornal Folha de S. Paulo. "O que fica [da professora Elisabeth] é só amor", lamentou. 

Polícia já havia sido alertada 

O adolescente de 13 anos que atacou a escola já apresentava "comportamento suspeito nas redes sociais", segundo denunciado por uma funcionária, antes de cometer o crime. Em fevereiro, uma profissional de outra unidade educacional, em Taboão da Serra, havia feito um boletim de ocorrência denunciando a situação. 

Já Maria das Graças, mãe de um aluno da Escola Estadual Thomazia Montoro, disse que temia que uma tragédia pudesse ocorrer na escola por causa de "brigas pesadas". As declarações ocorreram nesta terça-feira, 28, durante o programa Encontro, da TV Globo.

"Eu avisei a escola o ano passado, quando teve várias brigas. Cada briga que tinha eu ligava para ver se a gente conseguia ajudar as crianças. Eu tinha essa preocupação porque eram brigas pesadas, agressões físicas. Qualquer hora vai acontecer uma merda dentro dessa escola", relatou. 

Vingança

adolescente afirmou em depoimento na segunda-feira, 27, que sentia tristeza "há muitos anos" e que há cerca de dois anos começou a planejar o ataque para, em suas palavras, "acabar com toda a angústia que sentia". Na presença dos pais, ele revelou que a ideia era se "vingar" do bullying que sofria por sua aparência física nas escolas onde estudou, inclusive, na E. E. Thomázia Montoro.

Ele relatou que era chamado de "rato de esgoto" e que, por isso, brigou e xingou um colega de "macaco" na última semana. Na ocasião, a professora que assassinada foi quem apartou a discussão entre os dois alunos.

De acordo com o Metrópoles, o aluno disse que a "vingança" consistia em sua "vontade de matar pessoas", cerca de duas, e depois cometer suicídio. Ele alegou ter se inspirado em outros massacres ocorridos em escolas.

Uma das inspirações do estudante foi o massacre de Suzano, em 2019, quando dois estudantes mataram sete pessoas e depois se suicidaram. No ataque desta segunda, o adolescente usava uma máscara de caveira semelhante à utilizada pelos assassinos em Suzano.

Fonte: Redação Terra
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