Predador digital é preso em Minas após forçar adolescente gaúcha a automutilação
Jovem de 21 anos usava rede social para chantagear vítima de 17 anos com ameaças, extorsões e manipulação psicológica
Um jovem de 21 anos foi preso nesta terça-feira (29), em Divinópolis (MG), por chantagear uma adolescente gaúcha de 17 anos na internet. Ele obrigava a vítima a se automutilar, além de extorqui-la com ameaças e exigências de envio de fotos íntimas e pagamentos via Pix. A ação foi coordenada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) com apoio de agentes mineiros.
Segundo o Núcleo de Prevenção à Violência Extrema (Nupve), a prisão ocorreu após denúncia feita pela família da vítima. O criminoso, que se aproximou da jovem por meio de uma rede social popular entre adolescentes, aproveitou o interesse dela por um estilo musical para criar um vínculo emocional. Após conquistar sua confiança, passou a inventar que o perfil dela estava sendo usado para divulgar pornografia infantil e alegava ser o único capaz de "resolver o problema".
Com essa tática de manipulação emocional e ameaça psicológica, ele obteve acesso à conta da jovem e deu início a uma série de abusos. "Ele usou a própria confiança que a vítima tinha nele para se transformar em algo essencial na vida dela, quando na verdade era o autor da violência", explicou o procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, coordenador do Nupve.
O crime caracteriza o chamado "grooming", forma de aliciamento digital seguida de chantagens e violência emocional. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos celular e pendrive do suspeito.
A promotora de Justiça Priscilla Ramineli, responsável pela operação, destacou a possibilidade de existirem outras vítimas do acusado. "Cybercrimes preocupantes estão sendo praticados por indivíduos em qualquer lugar do país. A atenção das famílias deve ser redobrada", alertou.
O MPRS orienta que pais e responsáveis acompanhem o comportamento digital dos filhos, observando mudanças emocionais e os tipos de interação nas redes sociais. Em qualquer situação suspeita, a recomendação é procurar imediatamente as autoridades.
