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Governo precisa entregar a "porcaria da vacina", diz Paes

Prefeito cobrou envio mais rápido do imunizante após Rio ter interrupções na aplicação da 1ª dose

13 ago 2021 - 11h16
(atualizado às 11h33)
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Prefeito Eduardo Paes no Centro de Operações Rio nesta sexta-feira
Prefeito Eduardo Paes no Centro de Operações Rio nesta sexta-feira
Foto: ANDRE MELO ANDRADE/IMMAGINI / Estadão Conteúdo

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), fez um apelo na manhã desta sexta-feira, 13, para que o governo federal agilize a entrega de vacinas contra a covid-19. Esta semana, a capital fluminense chegou a suspender a aplicação da 1ª dose por falta de imunizantes.

"Agradeço ao governo federal, eles que compram a vacina, eles que pagam a vacina, adquiriram a vacina. Palmas para eles todos, estou feliz da vida, muito obrigado... Mas entrega a porcaria da vacina! Entrega a vacina", pediu o prefeito, durante divulgação semanal do boletim epidemiológico da cidade.

Segundo ele, nada justifica a demora no envio dos imunizantes para os Estados - muito menos a alegação do Ministério da Saúde de que há trâmites burocráticos a serem cumpridos.

Nesta quinta-feira, 12, o Ministério da Saúde tinha 6,9 milhões de doses paradas em seu centro de distribuição de Guarulhos, na Grande São Paulo. A pasta prometeu o envio de 3 milhões de unidades até o fim de semana. Além de Paes, o governador João Doria (PSDB) é outro que tem se destacado nas críticas ao governo federal pela demora na entrega.

"Ah, tem burocracia da Anvisa. Enfim, sei lá quem é a Anvisa. Então acelere a burocracia da Anvisa. Não dá pra gente ficar contando desculpa", afirmou Paes. "Nada pode justificar. Bota todo mundo na mesma sala, arruma um galpão daqueles no Aeroporto de Guarulhos, enfia lá os burocratas todos numa mesa, e ó, despachou, liberou, liberou, foi. Entra no avião e decola."

O prefeito afirmou ainda que seguirá fazendo cobranças públicas sempre que houver atraso. "Não consigo entender. É uma logística que me parece relativamente simples - nos governos estaduais ela é complexa, nas prefeituras é mais complexa. A prefeitura tem de distribuir para 290 lugares. O governo do Estado, para 92 municípios. Eles (governo federal) têm de distribuir pra 26 Estados. É um lugar que chega, São Paulo, e dali mandar voo para 26 Estados. Não dá para entender como essa logística seja tão complicada", pontuou.

Paes disse também que tem "o maior respeito" pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e que "a crítica não é pessoal", mas ressaltou que seguirá cobrando os atrasos.

Na mesma entrevista, o prefeito voltou a afirmar que a cidade irá aplicar dose de reforço em idosos assim que acabar o calendário de vacinação nos adolescentes, o que deverá ocorrer ainda no próximo mês. "A gente quer começar e vai pressionar por isso aqui no Rio: a dose de reforço nos idosos. Os idosos precisam de dose de reforço", afirmou.

A morte do ator Tarcísio Meira, que tinha 85 anos e já havia tomado as duas doses da vacina, reacendeu o debate sobre a necessidade de uma dose extra para essa faixa etária. Especialistas dizem que a revacinação deve ser necessária, mas não há consenso sobre qual momento seria o mais adequado para adotar essa estratégia.

"Você tem uma variante Delta dessas e a pessoa acaba contraindo, o risco é maior", acrescentou Eduardo Paes. Mais transmissível, a cepa identificada na Índia tem se espalhado pelo Brasil, com forte concentração de casos identificados no Rio. Estudos já mostraram que uma dose das vacinas AstraZeneca e Pfizer é insuficiente para conter essa variante, mas duas injeções conseguem proteger contra a Delta.

Estadão
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