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Ex-diretor nega que obras do metrô influenciaram desabamento

31 jan 2012 - 17h38
(atualizado às 21h31)
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Ex-diretor do Metrô Rio, o engenheiro de Transportes Fernando Macdowell negou nesta terça-feira a possibilidade de as obras do metrô terem influenciado no desabamento dos três prédios no centro da cidade, na última quarta-feira. Macdowell afirmou que, ao longo das obras para o assentamento dos trens na região da Cinelândia, todo o local foi minuciosamente monitorado. As informações de danos na estrutura do prédio foram levantas pelo jornal O Globo.

Lembre desabamentos que chocaram o Brasil

O engenheiro lembrou que o Edifício Liberdade, que teria desabado e causado o desmoronamento dos outros dois prédios, era bem planejado, mas que a interferência com obras pode ter comprometido a construção. Ele considera que a fiscalização deveria ser mais presente para evitar que se modifique a estrutura interna de edifícios.

"O que acontece muitas vezes é que alguns prédios são mal planejados. Mas esse não era o caso do Edifício Liberdade. O que aconteceu foi que mexeram na estrutura dele", disse.

Segundo o ex-diretor do Metrô Rio, a grande preocupação na área, à época da construção, era com o Theatro Municipal. Sobre informações de que a construção centenária teria sido danificada quando o metrô foi construído, Macdowell disse que nada abalou a sua fundação. O Theatro teve seu prédio anexo afetado por escombros do desmoronamento.

"A preocupação maior na região da Cinelândia era o Theatro Municipal, porque era mais delicado. A estrutura da sua fundação é feita com estacas de madeira, por isso tivemos todo o cuidado possível", afirmou. "Fizemos monitoramento técnico com instrumentos 24 horas por dia na época em toda a região. Acompanhamos de perto o Theatro Municipal. Não teve nada afetado", disse.

Os desabamentos

Três prédios desabaram no centro do Rio de Janeiro por volta das 20h30min de 25 de janeiro. Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida Treze de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção de quatro andares. Segundo a Defesa Civil do município, 17 pessoas morreram. Cinco pessoas ficaram feridas com escoriações leves e foram atendidas nos hospitais da região. Cerca de 80 bombeiros e agentes da Defesa Civil trabalham desde a noite da tragédia na busca de vítimas em meio aos escombros. Estão sendo usados retroescavadeiras e caminhões para retirar os entulhos.

Segundo o engenheiro civil Antônio Eulálio, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), havia obras irregulares no edifício de 20 andares. O especialista afirmou que o prédio teria caído de cima para abaixo e acabou levando os outros dois ao lado. De acordo com ele, todas as possibilidades para a tragédia apontam para problemas estruturais nesse prédio. Ele descartou totalmente que uma explosão por vazamento de gás tenha causado o desabamento.

Com o acidente, a prefeitura do Rio de Janeiro interditou várias ruas da região. O governo do Estado decretou luto. No metrô, as estações Cinelândia, Carioca, Uruguaiana e Presidente Vargas foram interditadas na noite dos desabamentos, mas foram liberadas após inspeção e funcionam normalmente.

Veja a localização do desabamento:

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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