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Disparidades entre regiões diminuem, mas desigualdade segue no País

Educação é o item que menos contribuiu para o avanço do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal do Brasil

29 jul 2013 - 15h13
(atualizado às 18h07)
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Estudo foi apresentado nesta segunda-feira, em Brasília
Estudo foi apresentado nesta segunda-feira, em Brasília
Foto: Yuri Lima/PNUD Brasil / Divulgação

Entre 1991 e 2010 o Brasil registrou um salto de 47,8% no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), fato que contribuiu para a diminuição de disparidades entre cidades do sul e do norte do País, apontou estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), em Brasília. 

Segundo o estudo, o Brasil conseguiu reduzir as desigualdades, principalmente, pelo crescimento acentuado dos municípios menos desenvolvidos das regiões Norte e Nordeste. Apesar disso, as 10 cidades com maior IDHM encontram-se na região Centro-Sul. As com o menor estão no Norte (8) e Nordeste (2).

Apesar do avanço no índice, o País ainda sofre com desigualdades entre as cidades com maior e menor renda. 

Em uma comparação entre os municípios de maior e menor renda per capta mensal do País, a diferença permanece grande. Enquanto em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo - a cidade com melhor IDHM -, um cidadão médio vivia com renda média de R$ 2.043,74 em 2010, em Marajá do Sena (MA), uma pessoa vivia com R$ 96,25, valor 20 vezes menor.

Embora as disparidades permaneçam grandes, o IDHM do Brasil passou de 0,493 (muito baixo desenvolvimento humano) para 0,727 (alto desenvolvimento humano). 

"A fotografia do Brasil era muito desigual. Houve uma redução, no entanto, o Brasil tem uma desigualdade amazônica, gigantesca, que está caindo. O Brasil era um dos países mais desiguais do mundo, continua sendo, mas houve uma melhora. Podemos antecipar um futuro melhor", frisou o presidente do Ipea e ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri.

Longevidade é o fator que mais contribuiu para melhora

De acordo com o estudo divulgado hoje, o IDHM Longevidade (0,816) é o que mais contribuiu em termos absolutos para o nível atual do IDHM do Brasil. Este item também é o componente que apresenta o menor hiato - a distância até 1 - em 2010 (0,184). 

Segundo o estudo, de 1991 a 2010 houve um aumento na longevidade do brasileiro de 9,2 anos.

Os municípios catarinenses de Blumenau, Brusque, Balneário Camboriú e Rio do Sul registraram o maio IDHM Longevidade, com 0,894, e expectativa de vida de 78,6 anos. As cidades de Cacimbas (PB) e Roteiro (AL) tiveram o menor índice (0,672) e expectativa de 65,3 anos.

"A melhoria da expectativa de vida é muito significativa. Um brasileiro que nasce hoje tem expectativa de vida nove anos maior o que era há 20 anos, principalmente por uma queda na mortalidade infantil", explicou o representante PNUD no Brasil Jorge Chediek.

No IDHM Renda, o crescimento no período foi de 14,2%, o equivalente a cerca de R$ 346 de aumento na renda per capta mensal, com números ajustados para valores de agosto de 2010. 

Apesar do avanço, apenas 11,1% dos municípios avaliados possuem um IDHM Renda superior ao IDHM Renda do Brasil. 

Educação é o que menos contribui para avanço do País

O IDHM Educação (0,637) é o que tem a menor contribuição em termos absolutos para o valor atual do IDHM do Brasil e também o que possui o maior hiato (0,363). 

De 1991 a 2010, o indicador foi o que registrou o maior crescimento absoluto (0,358) e a maior elevação em termos relativos (129%), crescendo de 0,278, em 1991, para 0,637, em 2010, um movimento puxado, principalmente, pelo aumento de 156% no fluxo escolar da população jovem no período. 

Na mesma comparação, a escolaridade da população adulta aumentou 82,4% na comparação com 1991 (alta de 82,4%).

Com informações da Agência Brasil

Confira as 10 cidades com maior IDHM no Brasil
Posição no ranking Cidade IDHM
São Caetano do Sul (SP) 0,862
Águas de São Pedro (SP) 0,854
Florianópolis (SC) 0,847
Vitória (ES) 0,845
Balneário Camboriú (SC) 0,845
Santos (SP) 0,840
Niterói (RJ) 0,837
Joaçaba (SC) 0,827
Brasília (DF)  0,824
10º Curitiba (PR) 0,823

Confira as 10 cidades com menor IDHM no Brasil

Posição no ranking Cidade IDHM
5565º Melgaço (PA) 0,418
5564º Fernando Falcão (MA) 0,443
5563º Atalaia do Norte (AM) 0,450
5562º Marajá do Sena (MA) 0,452
5561º Uiramutã (RR) 0,453
5560º Chaves (PA) 0,453
5559º Jordão (AC) 0,469
5558º Bagre (PA) 0,471
5557º Cachoeira do Piriá (PA) 0,473
5556º Itamaraty (AM) 0,477
Fonte: Terra
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