Casas destruídas por ressaca viram ponto turístico em SC
- Fabrício Escandiuzzi
- Direto de Florianópolis
A destruição causada pela ressaca na praia da Armação, em Florianópolis, levou muitos turistas ao bairro neste final de semana. Houve quem viajou 300 km para fotografar os estragos que destruíram quase 30 casas.
Numa das edificações à beira da praia que ainda permanecem parcialmente em pé, a movimentação foi intensa. Os visitantes fotografaram os destroços, os fogões e geladeiras lançados na água e até mesmo um armário que permanece pendurado no segundo andar de uma casa.
O diagramador Paulo César Campos, 37 anos, saiu na manhã de sábado de motocicleta de Curitiba, distante 300 km de Florianópolis, apenas para registrar fotos da Armação. "Frequento essa praia com os meus pais desde que era adolescente", disse. "Tive que vir registrar e ver com os meus próprios olhos", afirmou.
Moradores de cidades vizinhas como São José, Palhoça, Biguaçu e Tijucas movimentaram o bairro durante todo o dia. "Está parecendo temporada", disse o morador Gustavo Sanchez, 31 anos. "O pessoal está vindo, pedindo dica de restaurante e tudo mais. Acho estranho", afirmou.
Famílias inteiras foram à Armação no sábado. Ao mesmo tempo, a prefeitura municipal continua com a construção do muro de pedras para tentar conter o avanço do mar. A grande preocupação é com o alerta emitido pela Defesa Civil de que uma forte ressaca pode causar ondas de 3 m de altura na costa a partir da noite de domingo.
Na Barra da Lagoa a situação se agravou no sábado com a alta da maré. No local, outras duas casas foram atingidas pelas ondas. Já são 140 pessoas afetadas pela elevação do mar nas últimas semanas, segundo a Defesa Civil.