PUBLICIDADE

Campanha alerta para esquecimento de desastre em Mariana

#NãoEsqueçaMariana chama atenção para tragédia ambiental causada pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério em Minas Gerais.

21 fev 2018 - 11h27
(atualizado às 12h39)
Compartilhar
Exibir comentários
Mariana Ximenes participa de campanha sobre a tragédia da barragem da Samarco
Mariana Ximenes participa de campanha sobre a tragédia da barragem da Samarco
Foto: Divulgação

A atriz Mariana Ximenes é a estrela de uma campanha que faz o alerta para que a tragédia ambiental causada pelo rompimento da barragem da Samarco não seja esquecida. Em 5 de novembro, mais de 35 milhões de metros cúbicos de lama matou 19 pessoas, destruiu distritos na cidade de Mariana e poluiu com rejeitos de minério de ferro o Vale do Rio Doce e o Oceano Atlântico.

A campanha #NãoEsqueçaMariana começou em dezembro de 2015 e tem na global uma de suas principais porta-vozes. O vídeo publicado esta semana já tem mais de 8,5 mil compartilhamentos e foi visto mais de 186 mil vezes. A atriz aparece de maiô e chapéu sentada numa cadeira de Sol com os destroços de uma casa engolida pela lama da barragem como cenário. Escombros de outra casa e a fachada do que sobrou da escola municipal Bento Rodrigues também são usados no vídeo.

Mariana Ximenes usou suas redes sociais para lamentar o desastre, cobrar providências das autoridades ambientais e convocar outras “Marianas” para participar da campanha. “A cidade de Mariana não é mais notícia. Já se foram 2 anos da maior tragédia ambiental do Brasil e quase nada foi feito. Fui até Bento Rodrigues, distrito devastado da cidade. Vi a as casas, as ruas, o bar, a escola. Testemunhei a ação do tempo numa cidade fantasma. Mariana não pode cair no esquecimento. Nós não podemos deixar”   

Mariana Ximenes participa de campanha sobre a tragédia da barragem da Samarco
Mariana Ximenes participa de campanha sobre a tragédia da barragem da Samarco
Foto: Divulgação

Fundação Renova

As controladoras da Samarco, Vale e BHP Billiton criaram uma organização para tentar reparar os danos causados ao Meio Ambiente e à população de cidades atingidas em  Minas Gerais e Espírito Santo. A Fundação Renova afirma, em seu site, que cerca de R$ 700 milhões foram pagos em auxílios e indenizações. A Renova diz ainda que tem destinado R$ 3,2 bilhões para ações de reparação e compensação.

Entre as medidas de proteção ambiental adotadas estão a reabilitação de 101 afluentes, instalação de 92 pontos de coleta de água e 22 estações de monitoramento de água na Bacia do Rio Doce. Até agora, 511 nascentes foram recuperadas e em 10 anos a fundação espera recuperar 5 mil.  

Audiência reúne ativistas e poder público

A equipe que coordena a campanha lançou o vídeo na segunda-feira (19) e no dia seguinte as comissões de Administração Pública e de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais fez uma audiência pública para tratar do licenciamento ambiental e da fiscalização de barragens no Estado.

Uma comissão formada por representantes de movimentos sociais criticou as alterações no Projeto de Lei alterado pelos deputados e, por isso, um novo relatório será produzido. Ministério Público e ativistas ambientais pedem que o projeto de iniciativa popular “Mar de Lama Nunca Mais”, que teve mais de 55 mil assinaturas seja analisado pelo relator do projeto.

As empresas mineradoras representadas pelo sindicato da classe são favoráveis ao texto aprovado pela comissão e considerado “polêmico”, em parte, pelo relator Deputado Rogério Correia (PT). Para a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Secretaria de Estado do Meio Ambiente a segurança deve ser priorizada no projeto, já que o licenciamento ambiental possui norma específica e recente.

Veja também

Posse e porte de arma: saiba como é a liberação no Brasil:
Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade