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Aprovação emergencial de vacinas em outros países não pode embasar decisão da Anvisa, diz presidente

10 dez 2020 - 14h57
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Sob pressão para acelerar o registro emergencial de vacinas usadas no exterior, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra, disse nesta quinta-feira que não existe ainda no mundo registro definitivo de imunizantes contra Covid-19, apenas autorizações para uso emergencial, que não podem embasar uma ação da Anvisa.

Frascos rotulados como de vacina para Covid-19 em foto de ilustração
04/12/2020 REUTERS/Dado Ruvic
Frascos rotulados como de vacina para Covid-19 em foto de ilustração 04/12/2020 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

Em reunião extraordinária da agência que aprovou uma resolução com as regras para aprovação emergencial de caráter temporário para as vacinas da Covid-19 no Brasil --seguindo ritos que já foram adotados por países como Reino Unido e Canadá-- Barra ressaltou que nenhuma vacina teve seu registro comercial concedido.

"Quero lembrar que o uso que está autorizado no Reino Unido, em seguida no Canadá e hoje, pelo que foi noticiado, está sob análise nos EUA, é uso emergencial, não é vacinação em massa, não é registro", disse. "Então nesse momento não há registro de vacina em nenhum país que elenquei."

A afirmação de Barra é uma resposta à pressão de governadores e deputados para que a agência aprove vacinas que estão sendo usadas em outros países, como a da Pfizer/BioNTech, usando a legislação emergencial aprovada no início da epidemia no Brasil.

O Fórum de Governadores informou que iria pedir a aprovação emergencial da vacina da Pfizer com base na decisão da agência reguladora americana de medicamentos, a FDA, que deve ser anunciada nesta quinta.

O texto aprovado pelo Congresso prevê que a Anvisa tem 72 horas para dar o aval a medicamentos já aprovados pelas agências reguladoras europeia, norte-americana, japonesa e chinesa. No entanto, fala em "autorizadas para distribuição comercial em seus respectivos países" -- o que, de fato, não aconteceu com nenhuma vacina.

As autorizações dadas são apenas emergenciais, para uso das autoridades de saúde pública, sem autorização para comercialização. Nesta quinta, a Anvisa aprovou trâmite sumário para conceder autorização das vacinas nos mesmos termos.

Entre outros pontos, um dos destacadas por Barra também é a exigência de que apenas os laboratórios possam entrar com o pedido, o que exclui a ação dos governadores.

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