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Atraso em retomada de cirurgias bariátricas gera alerta

A lentidão no retorno aos consultórios e a dificuldade de agendamento de uma nova cirurgia agrava o quadro de saúde de muitos pacientes obesos; para especialista, a bariátrica não pode ser vista como um procedimento eletivo, mas como um tratamento que devolve a saúde ao paciente

23 jun 2022 - 16h46
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Recentemente, a SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) emitiu um alerta para o fato de que pacientes que sofrem de obesidade apresentaram considerável agravamento de seus quadros de saúde no último ano. A razão foi a suspensão das cirurgias eletivas em todo o país por determinação do Ministério da Saúde durante o período mais crítico da pandemia. Impedidos de operar ou mesmo de realizar consultas por teleatendimento nos primeiros meses de pandemia, muitos pacientes adiaram ou até abandonaram seus tratamentos.

Foto: DINO / DINO

As cirurgias eletivas foram retomadas no segundo semestre de 2021, mas a realização dos procedimentos bariátricos na rede pública de saúde está ocorrendo de forma lenta: no ano passado, o número de bariátricas realizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) despencou 81,7%. Em muitos estados, os procedimentos ainda não foram retomados.

Na região Sudeste, foram realizadas 1.210 cirurgias bariátricas pelo SUS no último ano - considerando a soma dos procedimentos realizados no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Neste último, a fila para realização de cirurgias em 16 cidades no mês de fevereiro era de 6.047 pessoas, conforme apurado pela SBCBM.

Na visão do cirurgião e médico-diretor do Instituto de Medicina Sallet, Dr. José Afonso Sallet, a crise sanitária causou um forte impacto na realização de cirurgias bariátricas no país. "As cirurgias bariátricas foram restringidas em todo o país devido à pandemia, com uma queda de mais de 80% no número de procedimentos realizados no último ano. Com isso, formou-se um enorme passivo que levará muitos meses para ser reduzido", pondera.

Segundo o Dr. Sallet, também é possível constatar uma piora no quadro de pacientes com indicação cirúrgica decorrente da então crise sanitária. "A longa espera pela cirurgia agravou quadros de pacientes hipertensos, diabéticos e compulsivos. São doenças diretamente associadas à obesidade e, sem remissão, aumentam consideravelmente os riscos de acidentes vasculares, perda de visão e até amputações", explica.

A falta de acompanhamento adequado dos pacientes, aliada às medidas de isolamento e restrição de circulação, agravou quadros de transtornos psicológicos, dentre estes, compulsão alimentar, ansiedade ou depressão.

O cirurgião destaca que a cirurgia bariátrica não pode ser vista como um procedimento eletivo, mas como um tratamento essencial que devolve a saúde e a qualidade de vida para  as pessoas. "A bariátrica proporciona melhora substancial em quadros de hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e doenças do coração, além de oferecer melhora na autoestima, socialização e quadros depressivos", complementa.

Obesidade aumentou na pandemia

O índice de obesidade em 2021 ficou em 22,35% no Brasil, ao passo que, em 2020, a taxa era de 21,55%, conforme dados da pesquisa "Vigitel 2021", realizada pelo Ministério da Saúde e publicada pela Agência Brasil. O levantamento mapeia informações de saúde a partir do contato telefônico com pessoas de capitais de todos os estados do país.

Os indicativos apontam para o aumento no número de obesos durante a pandemia de Covid-19. Em 2019, o percentual de indivíduos obesos entre os entrevistados era de 20,27%. A condição de obesidade em 2021 foi maior entre mulheres (22,6%) do que em homens (22%). O balanço também mostra que a doença afetou indivíduos nas faixas de 35 a 44 anos (25,5%), 45 a 54 anos (26,24%) e de 55 a 64 anos (26,22%).

A obesidade é considerada uma doença crônica pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Pela definição do órgão, a obesidade consiste no excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. Para a agência especializada em saúde, um indivíduo é considerado obeso quando seu IMC é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2.

Para mais informações, basta acessar: https://www.sallet.com.br/

Website: https://www.sallet.com.br/

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