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Aeroporto de Hong Kong suspende embarques, e líder critica "pânico e caos"

13 ago 2019 - 08h57
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Voos que partiam de Hong Kong sofreram transtornos pelo segundo dia nesta terça-feira, criando uma confusão ainda maior na ex-colônia britânica enquanto seu mercado de ações atingia uma baixa de sete meses, e sua líder disse que a cidade foi levada a um estado de "pânico e caos".   

Manifestantes protestam no aeroporto de Hong Kong
13/08/2019 REUTERS/Thomas Peter
Manifestantes protestam no aeroporto de Hong Kong 13/08/2019 REUTERS/Thomas Peter
Foto: Reuters

Dez semanas de protestos cada vez mais violentos abalaram o polo financeiro asiático, e milhares se ressentem do que veem como uma erosão das liberdades e da autonomia sob o controle chinês.

Os protestos, que nesta semana a China comparou com terrorismo, representam um dos maiores desafios ao presidente Xi Jinping desde que ele tomou posse, em 2012.

As operações de check-in foram suspensas às 16h30 locais desta terça-feira, um dia depois de uma ocupação inédita no aeroporto, enquanto milhares de manifestantes vestidos de preto lotavam o terminal, gritando, cantando e erguendo cartazes.

"Parem um minuto para olhar nossa cidade, nosso lar", disse a executiva-chefe, Carrie Lam, com voz embargada, em uma coletiva de imprensa no complexo da sede de governo, fortificado por barricadas de 1,8 metro de altura repletas de água.

"Podemos suportar que ela seja levada ao abismo e vê-la se fazer em pedaços?"

Os protestos começaram como uma oposição a um projeto de lei hoje suspenso que teria permitido que suspeitos fossem extraditados para a China continental, mas se tornaram um clamor mais abrangente por democracia.

"Desculpem pelo inconveniente, estamos lutando pelo futuro de nosso lar", dizia o cartaz de um manifestante presente no aeroporto.

Os manifestantes afirmam estar combatendo a erosão da fórmula "um país, dois sistemas", que garante alguma autonomia a Hong Kong desde que a China a recebeu de volta do Reino Unido em 1997.

Eles querem que Carrie renuncie. Ela disse que permanecerá no cargo.

"Minha responsabilidade vai além desta sequência de protestos em particular", disse ela, acrescentando que a violência colocou o território em um estado de "pânico e caos". 

"Eu, como executiva-chefe, serei responsável por reconstruir a economia de Hong Kong, por me engajar o mais amplamente possível, por ouvir o mais atentamente possível às queixas do meu povo e tentar ajudar Hong Kong a seguir em frente."

Enquanto ela falava, o índice de referência da bolsa de valores local, o Hang Seng, atingia uma baixa de sete meses, perdendo mais de 2% do valor e arrastando mercados de toda a Ásia.

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