Nany People compra carro em comemoração a aniversário de 60 anos: ‘Me mimei’
De acordo com ela, sempre apostou em modelos seminovos
Nany People celebrou seus 60 anos comprando um carro zero, refletindo sobre conquistas pessoais, enfrentando etarismo como mulher trans e destacando sua vida amorosa discreta e baseada no respeito mútuo.
Nany People resolveu se presentear com um carro novo de aniversário. A artista completa 60 anos na próxima terça-feira, 1º de julho. Ela reflete que está mais “contemplativa” e investindo em si mesma com a chegada da idade.
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“Estou me dando um carro zero de aniversário. Sempre comprei seminovo”, revela em entrevista ao jornal Extra!. “Me mimei”.
De acordo com ela, a decisão não é só por status. O veículo também irá funcionar como parte de seu trabalho, pois viaja bastante. “Eu pego a estrada para fazer peça, carrego cenário, banner, os livros, tudo”, conta.
“Quando fiz minha primeira biografia, aos 50 anos, eu estava muito reativa com as coisas. E nesses últimos dez anos tanta coisa aconteceu. Me aposentei, mas, em vez de jogar a toalha, parece que reaqueci a ventoinha. [...] Não enfrentei a crise de idade que acomete tanta gente... E acho que estou mais contemplativa e investindo mais em mim”, celebra Nany.
Nany também comentou como é o etarismo como pessoa trans e celebra estar tendo oportunidade de viver bem. “Eu nasci cancelada, fadada a não dar certo. Se fosse seguir a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil, que é de 35 anos, não era nem para eu estar aqui falando com você”, diz.
“Reconheço o privilégio da minha criação, muitas não tiveram essa oportunidade. E eu me orgulho por ter me tornado esta mulher que, há quem veja, como inspiração, transgressão, que está com o sarrafo lá em cima, cheia de projetos, firme no propósito do seu ofício e que conquistou a reputação pelo teatro. Eu me agarro nisso. A gente não pode parar”, conta.
Em relação à vida amorosa, ela detalha que não vai revelar com quem namora: “Não sou a Odete Roitman”, mas conta que já está com ele há nove anos.
“Quando eu conheci Zé Carioca, por exemplo, ele tinha 21 anos. E sabe por que deu certo? Porque nunca quis fazer esse padrão heteronormativo de ser “meu marido, meu boy” e nunca quis expor a relação. Porque ele não ia ter estrutura para aguentar a guerrilha que é a vida pública. Isso eu que escolhi’, detalha Nany.