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Google tira do ar jogo que permitia castigar e torturar pessoas negras

Através do aplicativo "Simulador da Escravidão", o usuário poderia simular ser um proprietário de escravos

24 mai 2023 - 15h00
(atualizado às 15h02)
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O deputado Orlando Silva afirmou que irá entrar com uma representação no Ministério Público por crime de racismo
O deputado Orlando Silva afirmou que irá entrar com uma representação no Ministério Público por crime de racismo
Foto: Reprodução/Twitter/@tainadepaularj

O Google retirou, na tarde desta quarta-feira (24), da sua loja virtual um aplicativo de jogo chamado ‘Simulador de Escravidão’. A proposta do game, que estava disponível desde o dia 22 de maio para aparelhos Android, era simular que o usuário fosse um proprietário de escravos e assim pudesse castigar pessoas negras ao longo das partidas. 

No jogo, era possível escolher duas modalidades: tirana ou libertadora. Na tirana, a proposta é fazer lucro e impedir fugas e rebeliões. Na modalidade libertadora, o objetivo é lutar pela liberdade e chegar à abolição. 

O aplicativo ofertava ainda algumas opções de dinâmica para que o usuário escolhesse o que gostaria da fazer com o "escravo", entre elas estavam agredir e torturar.

Com mais de mil downloads e 70 avaliações, o game foi produzido pela Magnus Games, que justificou a criação como um “jogo criado para fins de entretenimento”. Apesar do game ainda aparecer disponível na loja de aplicativos do Google, os usuários não conseguem mais baixá-lo. 

O aplicativo ganhou repercussão na web nesta quarta-feira. Ativistas do movimento negro entraram na discussão e alertaram outros internautas. "Isso precisa ser retirado da plataforma, já", escreveu Tainá de Paula, Secretaria Municipal de Ambiente e Clima da cidade do Rio de Janeiro.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) publicou em seu perfil do Twitter e afirmou que vai entrar com uma representação no Ministério Público por crime de racismo.

"Entraremos com representação no Ministério Público por crime de RACISMO e levaremos o caso até as últimas consequências, de preferência a prisão dos responsáveis", escreveu o deputado. "A própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a URGÊNCIA de regulação do ambiente digital".

Fonte: Redação Nós
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